Teste de resistência
Embrapa lança BRS Catiana,
uma cultivar resistente
à brusone, para o Tocantins
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Ao longo desta temporada, a Embrapa Arroz e Feijão, de Santo Antônio do Goiás (GO), realizou inúmeras ações e dias de campo para marcar o lançamento da BRS Catiana, mais nova opção de variedade de arroz irrigado para o Tocantins. As principais regiões produtoras de arroz irrigado daquele estado, o terceiro maior em produção do cereal no Brasil, são Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia. A variedade é indicada para sistemas irrigados na região do Matopiba, mas também se adapta às demais regiões do Brasil, do Rio Grande do Sul até Roraima, segundo explica o pesquisador Orlando Peixoto de Morais.
Além da adaptação às condições edafoclimáticas (relacionadas a solo e clima) de grande parte do país, um ponto positivo da nova opção de plantio de arroz é a produtividade. Segundo Orlando, “essa variedade é muito produtiva. Em Uruguaiana (RS), experimentalmente, nós obtivemos 15,5 toneladas de arroz por hectare”. A média de produtividade no Rio Grande do Sul passou de 9 toneladas por hectare.
No Tocantins, os números são menores que no sul do país, mas nem por isso pequenos. Os testes realizados em Lagoa da Confusão indicaram produtividade média de quase 6,4 toneladas por hectare, com produtividade máxima de quase 10 toneladas por hectare. É importante destacar que esses números referem-se ao potencial produtivo, ou seja, à produtividade que a BRS Catiana pode obter desde que haja manejo adequado e que o produtor esteja atento a questões como o controle de doenças.
E a resistência à brusone, doença mais importante que ataca o arroz no Brasil, é justamente o principal destaque da nova variedade de arroz da Embrapa na visão de Orlando, que é pesquisador da área de melhoramento genético. A brusone, que em casos extremos chega a comprometer toda a produção, ainda não apareceu nas lavouras da BRS Catiana.
É fundamental que o produtor esteja bastante atento ao surgimento de doenças em sua lavoura de arroz. Segundo Marta Cristina de Filippi, pesquisadora da área de fitopatologia (que estuda doenças em plantas) da Embrapa Arroz e Feijão, “o manejo pra controle de doença integra a resistência da cultivar, os tratos culturais e o controle químico. Essas práticas devem ser pensadas antes de se começar a lavoura”.
É importante que os três itens sejam trabalhados de maneira complementar. O controle químico, alerta Cristina, “deve ser uma ajuda e não a solução total pra resolver o problema da doença”. Em outras palavras, não é interessante que o produtor aposte todas as suas fichas apenas no uso de produtos químicos para controlar a incidência de doenças em sua lavoura. Há ainda a possibilidade de usar produtos de origem biológica dentro do chamado controle biológico.