Elevação do dólar pode dar fôlego ao preço do arroz no Brasil
Valorização do dólar sobre a moeda brasileira pode alterar os resultados da balança comercial do arroz, que deveriam ser altamente negativos para o Brasil.
A forte alta do dólar em relação ao real pode dar novo fôlego aos preços domésticos do arroz. Nesta quinta-feira (10), o volume de negócios foi baixo e as cotações voltaram a superar o patamar de R$ 49,00 por saca, com a média do Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, cotada R$ 49,16. Em relação ao mesmo período do mês passado, a queda é de 0,81%. Frente a igual período de 2015, a elevação ainda era de 20,29%, quando valia R$ 40,87 por saca.
Conforme o analista de Safras & Mercado, Élcio Bento, os agentes seguem pouco ativos no mercado, tomando posições pontuais e apenas para atender necessidades imediatas. “O destaque fica por conta da forte valorização do dólar, que elevou os custos de importação”, frisa.
No dia 09, o arroz beneficiado oriundo dos três parceiros do Mercosul chegava ao CIF de São Paulo com uma média de preços 7% abaixo do produto nacional. “Nesta quinta, apenas com o reflexo cambial, a diferença caiu para 3,7%”, explica Bento. “Com o país precisando ser mais agressivo no mercado internacional para cobrir o abastecimento doméstico, uma eventual manutenção da desvalorização cambial voltaria a dar fôlego para os preços do arroz no Brasil”, pondera. Além do câmbio, as atenções seguem voltadas para os números de importação e exportação e para o desenvolvimento da safra nova.
Segundo a Equipe de Política Setorial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), o Estado tinha 74,81% da área plantada com arroz na safra 2016/17 até o dia 10 de novembro. Foram plantados 816.427 hectares. Na semana anterior, o percentual semeado era de 64,94%. A área total no estado deve ser de 1,091 milhão de hectares.