Mecanismos encaminham questões urgentes
Tiago Sarmento Barata, diretor comercial e industrial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), considera que os mecanismos estabelecem novos patamares de comercialização para o arroz no Brasil em 2018/19. Para ele, esta era a questão urgente. “Há questões estruturais que devem ser ajustadas, mas no pico da safra era preciso assegurar quatro ações estratégicas: um piso de comercialização (que se ainda não está acima do custo de produção, pelo menos é bem superior ao que o mercado indicava operar), o enxugamento da oferta no pico da safra para permitir que o mercado gradativamente se recomponha ao invés de cair ainda mais, o acesso dos produtores a estes recursos e escoar ao menos parte deste arroz para fora do país de maneira que isso refletisse nos estoques”, frisa.
Segundo Barata, é preciso aguardar o resultado do uso dos mecanismos para consolidar esta expectativa, mas o encaminhamento já baliza os preços do arroz em outros patamares e estabelece um novo e mais promissor cenário para a comercialização. “Agora temos a perspectiva de que em algum momento deste ano os preços do arroz superem o custo de produção. Antes, isso nem era cogitado”, resume.
MERCADO
No final de janeiro, com o anúncio dos mecanismos em uma reunião entre representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com as entidades arrozeiras, o mercado, que vinha estagnado, com boa parte das indústrias retiradas das ações de compra, começou a se movimentar. De um lado as corretoras e entidades mobilizando as empresas e produtores, de outro os compradores das indústrias voltando a sondar o interesse de venda de grandes produtores que têm estoque armazenado ou na fazenda ou a depósito. Só uma corretora anunciou que tem comprador para 70 mil toneladas, o que representa quase 30% do primeiro leilão.