Um dia para o agronegócio

 Um dia para o agronegócio

Fábio Silva, presidente da Cacisc, comemora o sucesso do I Agrocentro

Agrocentro, novo evento da Cacisc, em Cachoeira do Sul, está confirmado para 2019.

Já com a segunda edição confirmada para 2019, o I Agrocentro reuniu ontem 250 participantes no seminário voltado para o agronegócio organizado pela Câmara do Agronegócio, Comércio, Indústria e Serviços (Cacisc). O ciclo de palestras aconteceu com um dia inteiro de programação na Sociedade Rio Branco. O presidente da Cacisc, Fábio Silva, avalia como “excelentes” a adesão e a receptividade do público com os conteúdos apresentados pelos palestrantes.

“O que mais nos surpreendeu foi o sucesso de público. Tivemos apenas 30 dias para organizar tudo, mesmo assim foi um sucesso. A maior parte do público era cachoeirense, mas também havia gente de Pantano Grande, Rio Pardo, Paraíso do Sul, Agudo, Cerro Branco e Candelária. São clientes que reconhecemos porque os vemos a toda hora comprando insumos no comércio local”, comenta o presidente da entidade.

Ele observa que alguns municípios da região sul tiveram a vinda prejudicada por conta da interrupção da Ponte do Fandango, o que já era esperado, mas não será problema no próximo ano, já que até lá a reforma da estrutura estará concluída. Da região sul vieram representantes apenas dos municípios de Caçapava do Sul e São Sepé.

PLURALIDADE
Fábio Silva salienta que ouviu só elogios dos participantes pelo bom nível de organização e dos palestrantes. “Nossa intenção foi atingida. Montamos uma comissão a partir de diversos segmentos para demonstrar a pluralidade do evento. A Cacisc congrega entidades de todos os ramos, inclusive da indústria. Isto fez com que ninguém se sentisse melindrado, favorecendo a participação de técnicos e produtores em geral, sem privilegiar essa ou aquela empresa de comercialização de insumos”, enfatiza o presidente da Cacisc.

A qualidade da alimentação fornecida pelo restaurante Chef Edson também foi bastante citada pelos participantes durante os intervalos. “Conseguimos organizar, modéstia à parte, um evento impecável com ingresso a baixo custo (R$ 50,00), por isso o público foi unânime em dizer que vai comparecer na segunda edição”, comemora Fábio Silva. “A influência e o círculo de relações dos membros da comissão organizadora é que proporcionou a vinda de um time seleto de palestrantes”, completa o presidente da Cacisc.

UMA PERGUNTA

Qual a melhor data para o Agrocentro?

Os participantes do Agrocentro receberam uma ficha com questionário de avaliação do evento. Entre as nove perguntas aplicadas os organizadores indagaram qual seria o melhor período do ano para realização do evento em 2019. “Ainda estamos sob efeito pós-greve dos caminhoneiros, o país está em crise há pelo menos dois anos, a Ponte do Fandango está interrompida, mesmo assim arriscamos e deu certo. No entanto, se houver o indicativo de uma data melhor por parte do público, estamos abertos para rever o período do segundo Agrocentro”, analisa o presidente da Cacisc, Fábio Silva.

ATENÇÃO
Também repercutiram bem as palestras do especialista em gestão tributária no agronegócio Cristiano Roesler Barufaldi, que trouxe estratégias capazes de reduzir o impacto da tributação nas lavouras e o case do agricultor de São Sepé Murilo Teixeira Gonçalves, da Estância Cerro do Ouro, que deu seu relato sobre a forma como seu pai e irmãos decidiram transformar a propriedade em uma empresa, com funções e pró-labore bem definidos para cada parente/sócio, o que gerou ótimos resultados em termos de rentabilidade.

FALOU & DISSE

“A ponte interrompida vai gerar prejuízo grande para os produtores de arroz e soja”

Economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), ANTÔNIO DA LUZ, em momento que recebeu salva de palmas na palestra de encerramento do Agrocentro. Não bastasse isso, o especialista alerta que a safra 2018/2019 será uma das mais caras em pelo menos dois anos, por conta de efeitos do dólar e do frete. Ele alerta que com o clima de incerteza que permeia a política brasileira a três meses da eleição presidencial, dificulta ainda mais qualquer previsão sobre câmbio e mercado do agronegócio.


Programação agradou

A programação do I Agrocentro abordou desde questões jurídicas do agronegócio, passando por cases de sucesso, até questões climáticas e perspectivas de mercado. “Quem aplicar na sua propriedade os conhecimentos adquiridos no Agrocentro, com certeza vai colher ótimos resultados. A programação trouxe receitas para minimizar a crise, em especial a do setor arrozeiro”, avalia o presidente da Cacisc.

Um dos participantes do seminário, o empresário do ramo de aviação agrícola e estudante de Agronomia do sétimo semestre da Uergs/Cachoeira Pelópidas Bernardi destaca que o conteúdo trazido nas palestras será bastante proveitoso na prática. “Estou sempre pesquisando a questão do clima para planejar a contratação de pessoal e equipamentos para a próxima safra. As informações sobre o clima indicam que teremos uma safra caracterizada por chuva abundante, o que proporcionará alta na produtividade, com incremento de 10% a 15%”, salienta Bernardi.

CAMPEÃO DA SOJA
Segundo ele, tudo indica que nesta safra Cachoeira do Sul deverá ultrapassar o município de Tupanciretã, tornando-se o maior produtor de soja do estado. Já quanto ao arroz, Pelópidas Bernardi relata que as entidades recomendam que haja uma redução de 5% na área de plantio, para evitar queda excessiva de preço, diante do provável ganho de produtividade. A previsão é de inverno chuvoso, característica que deverá prosseguir a partir de setembro.

“A soja é regulada pelo próprio mercado internacional, há mais de 600 tipos de subprodutos extraídos do seu cultivo. Já na prática o arroz não tem regulação nem do governo e do mercado, os países que mais consomem, como China, Tailândia, Brasil e outros, são também grandes produtores. Por isso, se a produtividade aumenta muito o risco de queda acentuada nos preços é grande, já na soja a lucratividade é mais garantida”, pondera Bernardi.

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