Preço doméstico estabiliza após atingir paridade de exportação

A saca de 50 quilos de arroz gaúcho, principal referencial nacional, valia R$ 43,86 no dia 9, ante R$ 42,26 no dia 2, o que representa uma elevação de 6,56% em 30 dias..

O mercado doméstico de arroz vai encerrando a segunda semana de agosto com preços estabilizados. “Isto porque, na quarta-feira, dia 8, o preço interno atingiu a paridade de exportação”, explica o analista de SAFRAS & Mercado, Gabriel Viana.

A saca de 50 quilos de arroz gaúcho, principal referencial nacional, valia R$ 43,86 no dia 9, ante R$ 42,26 no dia 2, o que representa uma elevação de 6,56% em 30 dias.

O destaque da semana foi a audiência pública realizada na quarta-feira na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, que debateu a cadeia do arroz. Como principais vilões à cultura apareceram os custos de produção e de comercialização, aliados a redução do consumo no Brasil. A constatação foi feita pelo diretor comercial do Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz), Tiago Barata. “Atualmente, a cultura está inviabilizada para grande parte dos produtores gaúchos”, afirma, lembrando que o estado produz 8,4 milhões de toneladas de arroz em casca ou 72% da safra nacional.

Para o presidente da Federarroz (Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul), Henrique Dornelles, o custo de produção realmente é o maior problema para a cultura de arroz no Brasil. “Somente o Uruguai, o Egito, a Austrália e os Estados Unidos têm rendimento médio melhor que nós, sendo que os três primeiros, juntos, não têm a nossa área”, lembra. “Sendo assim, em área maior, o Brasil perde apenas para os Estados Unidos, o que mostra que sabemos produzir bem”, frisa.

Na opinião do diretor do Irga, o setor precisa investir em quatro pontos chave. “Primeiro, precisa valorizar o arroz nacional, em termos de qualidade. Depois, temos que melhorar o armazenamento e o escoamento”, enumera. Conforme Barata, é necessário ainda uma proteção comercial, com a revisão do Mercosul. Por último, há a necessidade de uma guerra fiscal e de uma promoção comercial, para o arroz gaúcho entrar em outros estados brasileiros.

O economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, acredita que a solução é a redução temporária da alíquota de ICMS gaúcha para incrementar as vendas para outros estados. Para ele, o governo do estado do Rio Grande do Sul tem que entender que o aumento do faturamento representa aumento de arrecadação. “Quando o preço do arroz aumenta, cresce a arrecadação de toda a cadeia”, comenta. “O preço baixo é ruim para o produtor e para o estado”, finaliza.

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