Futuro enxuto
Safra brasileira menor
mantém a queda de
área acentuada
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A produção de arroz no Brasil na safra 2018/19, que já está sendo plantada, será menor que aquela colhida na temporada passada. O desafio é saber exatamente o quanto irá diminuir. O primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) abre um leque que vai de -1,7% a -8,4% menor, com retração de 300 mil a um milhão de toneladas.
A maior retração está concentrada no Sul do Brasil, onde a falta de acesso a recursos para o custeio da lavoura associada à falta de renda em pelo menos cinco das últimas sete temporadas está jogando rizicultores para fora da cadeia produtiva. Nas áreas de sequeiro a alta liquidez da soja surge como alternativa muito mais promissora do que a lavoura orizícola.
O primeiro levantamento da cultura de arroz da safra 2018/19 indica que a área plantada estará no intervalo entre 1.846,9 e 1.976,9 mil hectares. A lavoura irrigada é estimada em 1.445,9 mil hectares e no arroz de sequeiro deverá ocorrer diminuição da superfície semeada. Pela expectativa dos técnicos da Conab, a área deve cair até 6,4% ou, na melhor das hipóteses, ser ampliada em 0,2%.
A produtividade será menor em 2,1%, segundo a primeira estimativa do organismo governamental, caindo de 6.119 quilos por hectare para 5.989 quilos, ou seja, 130 quilos por fração de terra. No melhor cenário, em termos produtivos, o Brasil terá uma colheita de 11,85 milhões de toneladas de arroz em base casca, com 1,977 milhão de hectares cultivados e produtividade de 5.989 mil quilos por hectare.
No pior dos casos serão 1,847 milhão de hectares cultivados, 130 mil a menos, com a mesma produtividade e a produção de 11,05 milhão de toneladas. Mas diversos fatores ainda poderão interferir nestes números, a partir do clima, dificuldades de acesso ao crédito, perspectivas de mercado e sanidade das lavouras. Em dezembro haverá um cenário mais claro, considerando que muitos estados só semeiam as lavouras no final do ano. Ainda que os números não sejam precisos, uma certeza existe: a área e a produção devem cair. No caso da superfície semeada, segue uma trajetória de meio século de redução.
Quadro de oferta e demanda será ajustado em 2019