Diversidade em terras baixas
Muito mais do que arroz,
evento propõe um sistema
produtivo para as várzeas.
As vitrinas tecnológicas participantes da 29ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em Capão do Leão, foram semeadas no final do mês de outubro para receber um público de 10 mil pessoas. O evento acontece entre os dias 20 a 22 de fevereiro de 2019 e será marcado pela apresentação da nova cultivar BRS Pampa CL, da Embrapa. A variedade terá uma vitrina tecnológica específica e também estará na lavoura em que acontecerá o ato simbólico de abertura da colheita nacional, dia 22, pela manhã.
Estão sendo preparadas cerca de 30 vitrinas e duas lavouras, uma de arroz e outra de soja, para demonstrar tecnologias associadas à temática central “Matriz produtiva: atividade diversificada, renda ampliada”. Desde a década de 1970, a Embrapa trabalha em sistemas de produção para terras baixas, onde a planificação da lavoura de arroz é baseada na rotação de culturas, por isso haverá uma proporção bem alta de tecnologias para o cultivo da soja em um evento de arroz.
“Há diversos estudos e uma realidade que se propaga no Rio Grande do Sul que indicam ser o uso da oleaginosa em rotação com o arroz uma forma eficiente de melhorar o solo, fixar nitrogênio, reduzir problemas com plantas daninhas, plantar na melhor época e aumentar a rentabilidade da propriedade. Isto dá sustentabilidade à lavoura”, explica o pesquisador Ariano Martins de Magalhães Júnior, da Embrapa. Os visitantes poderão observar também tecnologias voltadas às pastagens em terras baixas.
PAMPA
A Embrapa realizará na Abertura da Colheita o lançamento da cultivar de arroz irrigado BRS Pampa CL, derivada da BRS Pampa, e que apresenta as mesmas características agronômicas, industriais e culinárias, mas agora com gene de resistência aos herbicidas do grupo da imidazolinonas. A Pampa CL está semeada em uma área demonstrativa, ao lado da cultivar Irga 431 CL, que é o lançamento do Instituto Rio Grandense do Arroz. “O produtor terá oportunidade de visualizar no campo o comportamento das duas novas variedades para a safra 2019/20 e o que as instituições públicas têm de mais moderno em termos de melhoramento genético”, informa Magalhães.
A BRS Pampa CL é resultado do retrocruzamento entre a cultivar comercial BRS Pampa e Puitá Inta CL, que é fonte de tolerância aos herbicidas do grupo das imidazolinonas. Tem ciclo precoce, em média 118 dias, com plantas do tipo moderno, de alta capacidade de perfilhamento. Os grãos são longos-finos, do tipo “agulhinha”, com rendimento superior a 62%. É classificado como arroz “premium” pela indústria.
FIQUE DE OLHO
Haverá 16 vitrinas tecnológicas para o arroz, sendo que em algumas destas serão apresentados materiais já desenvolvidos pela Embrapa para os sistemas de produção de terras baixas, destacando-se as cultivares de arroz BRS Pampeira e BRS A701 CL, todas com manejo para altas produtividades. O Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) também farão a demonstração de seus materiais e tecnologias, assim como 15 outras empresas privadas que participarão da Abertura da Colheita.