Produtor do RS mira exportação, mas custo alto tira competitividade

Mas, para concorrer com a saca de outros países, eles precisam diminuir os custos de produção.

Produtores gaúchos de arroz acreditam que exportar pode ser uma saída diante dos preços baixos praticados no mercado doméstico. Mas, para concorrer com a saca de outros países, eles precisam diminuir os custos de produção. “Não existe país em que seja mais caro produzir arroz do que o Brasil”, afirma o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz. Aumentar os embarques é um assunto urgente para o setor, que, há pelo menos quatro safras, não tem visto retorno financeiro na atividade.

De acordo com o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, este movimento precisa acontecer antes do segundo semestre. “Porque nele existirão limitações muito grandes de exportação, à medida que os preços ficarão bastante elevados. Então, a primeira metade do ano é determinante e estratégica, para que possamos escoar parte da produção para o mercado internacional, visto que haverão importações dos países do Mercosul”, diz.

No início do ano, produtores negociaram a saca a R$ 40, em média. O valor é considerado insuficiente, ainda mais depois dos prejuízos causados pelas enchentes. “Os custos de produção subiram 20% e teremos uma queda de produtividade; esses R$ 40 não servem nem por baixo. Fizemos projeções: para um produtor que colherá oito toneladas de média, a venda precisaria ser a R$ 47 ou R$ 48”, afirma Dornelles.

Sem boas notícias

Por causa da enchente que atingiu a maior região produtora de arroz do Rio Grande do Sul, a produção deve cair cerca de um milhão de toneladas. O setor esperava que as cotações compensassem, mas Antônio da Luz traz uma má notícia: o endividamento não dá muita margem para o orizicultor.

“À medida em que ele se endivida, busca alternativas de financiamento, como negociar com as indústrias. Ele está condenado a entregar o produto na safra, e ele não está sozinho. É um mar de arroz vendido em plena temporada, o que faz com que o preço despenque”, diz o economista.

O agricultor Fábio Peres está acostumado com preços ruins, já que vende quase metade da produção logo no início da colheita. “A gente se obriga a vender porque estamos sem dinheiro. Tive que vender a safra anterior para fazer esta”, conta.

2 Comentários

  • Nem vai precisar exportar. A quebra na na nossa lavoura pela enchente é de 20%! A maioria também foi de quem plantou as várzeas. Estão substimando os dados! O RS não vai colher 7 milhões de toneladas. Na Depressao central e vale do Taquari o arroz amarelou e o produtor nao tem recursos para colocar uréia e fungicida. Desânimo total. Ainda por cima agora a indústria só quer receber arroz verde para ela secar e baixar rendimento e descontar do produtor. A toda poderosa de Itaqui já baixou lei. E Federarroz, Irga e Farsul não falam nada. É uma exploração que não acaba!

  • Pois é lamentável q muito produtor se obrigue a vender logo, a poucos dias ouvi isso de um orizicultor no canal rural falando q terá q entregar quase tudo pra indústria agora e q pouco sobraria pra depois. Mas por sinal a lavoura dele parecia boa e livre de enchente. Gostaria de ouvir uma outra reportagem , como a seguinte: onde parte da lavoura temos soja e não precisamos vender arroz agora, pra esperar um melhor preco depois, mas muito produtor ainda acredita em contos de fada e, não muda o hábito de priorizar o arroz nas suas áreas. O produtor precisa ser mais precavido e saber lidar com o mercado e se organizar pra isso, foi lamemtável q muito produtor ignorou o el nino mudoki e plantou soja em áreas baixas , mas tem q ficar sempre atento as possi’veis previsões, e afirmo o el nino está passeando pelo país e logo poderá retornar ao sul. Não invistam um tostão sequer agora até abril , em áreas de risco. Sds.

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