BNDES suspende linha de crédito para máquina agrícola a 7,5% ao ano
A menos de 20 dias para a Agrishow, circular de 11 de abril informa que não há mais recursos disponíveis para esta modalidade do Moderfrota.
A menos de 20 dias da abertura dos portões da Agrishow, uma das principais feiras de tecnologia agrícola do Brasil, o BNDES informou as instituições financeiras que suspendeu os protocolos de pedidos de financiamento pelo programa Moderfrota a taxas de juros pré-fixadas de 7,5% ao ano. De acordo com a instituição, todo o montante disponível no Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019 para esta modalidade da principal linha de crédito para máquinas e equipamentos já foi comprometido.
A informação está em aviso datado de quinta-feira, 11 de abril, assinado pelo superintendente da Área de Operações e Canais Digitais do banco, Marcelo Porteiro Cardoso. (leia o documento abaixo) "O BNDES mantém discussões junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na avaliação de alternativas para remanejamento de recursos equalizáveis pelo Tesouro Nacional para os citados programas, para o Ano Agrícola 2018/2019", informa o comunicado.
O documento, disponível no site oficial do BNDES, menciona apenas a linha do Moderfrota com taxa pré-fixada de 7,5% ao ano, disponível para clientes com faturamento de até R$ 90 milhões. Para quem fatura mais do que esse valor por ano, os juros são de 9,5% ao ano. A assessoria da instituição informou que essa modalidade de financiamento permanece aberta.
No mesmo comunicado, a instituição informa que estão suspensas também as operações no âmbito do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro). A assessoria da instituição confirmou que a medida inclui as modalidades com taxas pré e pós-fixadas.
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A escassez de recursos para o Moderfrota tem sido uma das principais preocupações do setor de máquinas e equipamentos. O Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019 reservou ao programa R$ 8,639 milhões. De julho de 2018 a março de 2019, o montante liberado foi de R$ 6,997 bilhões, 81% do total. A demanda foi 33% maior que no mesmo período na safra 2017/2018 (julho de 2017 a março de 2018).
Em janeiro, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) protocolou um pedido de aporte adicional de R$ 3 bilhões para o Moderfrota, alegando que os recursos colocados pelo governo atenderiam a demanda só até março. Mas, no final de fevereiro, o governo liberou R$ 470 milhões, R$ 390 milhões a taxa de 7,5% ao ano e R$ 80 milhões a juros de 9,5% ao ano.
"Está em cima mesmo, mas nossos pleitos estão colocados e o governo é bastante sensível ao setor. Eu acho que não haverá problema", afirma o presidente da Agrishow, Francisco Matturro, dizendo-se confiante que o governo federal fará aportes complementares. "Não posso te garantir porque a caneta não está na nossa mão, mas acredito sim", acrescenta, em conversa por telefone com Globo Rural.
Sediada no município de Ribeirão Preto (SP), a feira realiza neste ano sua 26ª edição, entre os dias 29 de abril e 3 de maio. Organizadores esperam um crescimento de 10% no volume de negócios em relação ao evento do ano passado, quando o montante foi de R$ 2,7 bilhões. Mesmo reconhecendo a necessidade de recursos para o crédito, Matturro afirma que a expectativa não muda.
O presidente da Agrishow argumenta que o Moderfrota não é a única forma do produtor financiar o maquinário. Lembra que os bancos estão cada vez mais interessados e competindo no segmento com taxas que considera adequadas. Questionado sobre a possibilidade do financiamento ficar mais custoso pela falta do recurso controlado, Matturro argumenta que o sistema financeiro sabe da capacidade de pagamento dos clientes e, a depender do que oferecer, pode não encontrar tomador de crédito.
"São muitos bancos e não vejo grandes problemas. Embora nós tenhamos um pleito e achamos que o governo vai nos atender. Não afeta nossa expectativa porque acreditamos que haverá complemento em todas as linhas. O Moderfrota é uma das linhas", diz Matturro.
Segundo o BNDES, atualmente também estão suspensas as seguintes linhas de crédito: com juros pré-fixados, ABC (Agricultura de Baixo Carbono), Moderagro, PCA (para armazenagem), Pronamp custeio e investimentos (voltados para médios produtores), Pronaf custeio e Pronaf investimentos (para agricultura familiar) a taxas de juros de 4,6% ao ano. Nas modalidades com taxas pós-fixadas, há recursos disponíveis para ABC demais finalidades, Moderagro e Pronamp Investimentos.
Matturro destaca ainda que o pedido de mais recursos para o crédito rural não se limita à Agrishow. A preocupação é garantir crédito até o fim do Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019, em 30 de junho.
"Agora a coisa apertou um pouco mais, mas o governo sabe da importância do setor. Estamos lutando por recursos para a conclusão do Plano Safra. É o momento de decisão de compra dos agricultores", diz.
2 Comentários
Poi s é ao q tudo indica restaram as LCI e LCAs para custeio do agro a taxas pré-fixadas de mercado. Agora se submeter ao mercada temos q ter muita atencão pq estarão sujeitos a taxas q poedem ultrapassar os 20% ao ano, sobreviva quem puder, ou parem de plantar q é mais viãvel e invistam seu dinheiro na bolsa q pode ser mais rentável.Sds.
O título da notícia é muito diferente do conteúdo.
Globolixo