Nas alturas

Produção e estoques globais de arroz mantêm trajetória de alta acima
do consumo.

 A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) concluiu sua estimativa para a produção mundial de arroz em 2018 calculando 777,7 milhões de toneladas em casca colhidas nas lavouras mundiais. O volume equivale a 516,4 milhões de toneladas de arroz beneficiado (branco). Este volume foi 1,3% maior do que o registrado em 2017. Para os analistas da FAO, o aumento produtivo se deve às boas condições climáticas no hemisfério norte na temporada e aos preços mais atrativos, em especial na Ásia.

Na Ásia, as colheitas foram abundantes, em especial na Índia, onde a produção foi recorde, melhorando em 3% graças a boas chuvas e revalorização de preços mínimos. Na China, apesar de melhor rendimento, a produção caiu 1% por redução na área plantada, segundo Patricio Méndez del Villar, economista do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), de Montpellier, na França.

No informativo mensal do mercado mundial do arroz (InterArroz) publicado por Méndez del Villar, ele enfatiza que na África, as colheitas aumentaram 3,7% graças à recuperação produtiva no leste e sudeste, na Tanzânia e em Madagascar. Nas regiões ocidentais da África, a produção também aumentou 2,8% graças a programas de incentivo para cadeias produtivas locais. Em contraste, no Egito, a produção teria diminuído 22% devido a uma redução drástica nas áreas plantadas por limitação de água.

Na América do Norte, a produção se recuperou em 22%, voltando aos níveis normais graças a preços mais atrativos. No restante do continente americano, as colheitas diminuíram devido à redução de 6% na produção do Mercosul, especialmente no Brasil. Em 2019, as perspectivas para o Mercosul se anunciam fracas, com uma nova redução das áreas de arroz. Ainda dependendo das safras do hemisfério norte, que recém iniciam, o ano promete manter estabilidade produtiva ou, até, pequeno aumento.