Não veio metade da chuva esperada em Cachoeira do Sul

 Não veio metade da chuva esperada em Cachoeira do Sul

Rio Botucaraí: pouca água em um dos mais importantes afluentes do Jacuí

A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) criou um grupo de trabalho para acompanhar os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul.

Os danos causados pela escassez de chuva nas lavouras de Cachoeira do Sul serão avaliados em uma reunião marcada para amanhã, às 9h, no Museu Municipal Edyr Lima. A quantidade média de chuva esperada para os últimos dois meses era de 273,3 milímetros em Cachoeira, mas o levantamento elaborado pela Emater constatou que o volume chegou apenas a 118,5 milímetros durante o período, ou seja, apenas 43,2% do considerado adequado para irrigar as lavouras. 

A ideia do diretor da Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária (Smap), Diego Cruz, é fazer uma radiografia dos efeitos da estiagem na zona rural, o que poderá, dependendo do resultado, embasar um eventual decreto de situação de emergência em Cachoeira, assim como ocorreu em outras cidades do Rio Grande do Sul. Apesar de ainda não ter os dados em mãos, ele estima que cerca de 30% da lavoura de soja, com cerca de 103 mil hectares, tenha sido afetada pela seca. Os agricultores ficam mais apreensivos com a chega da época de florescimento da planta. 

O chefe do escritório da Emater em Cachoeira, agrônomo Luciano Mazuim, está fazendo um levantamento das principais culturas, como soja, arroz, milho, hortaliças e pastagens, para tentar dimensionar o prejuízo gerado pela estiagem. “Primeiro, o excesso de precipitação do final de outubro e início de novembro atrasaram o plantio e forçaram replantios. Depois iniciou a estiagem, o que atrasou plantios e também causou replantios por problemas de germinação”, enfatiza Luciano Mazuim.

Apesar de ser pequena se comparada com o arroz e a soja, a lavoura de milho, com cerca de 2,8 mil hectares, foi uma das que mais sofreu com a falta de água em Cachoeira. Há casos que para não perder tudo, os produtores decidiram fazer o corte da planta para produzir silagem, em uma medida para evitar o prejuízo total com a plantação. Além das lavouras, a falta de chuva acaba gerando prejuízo para a pecuária, pois o cenário precário do pasto compromete a nutrição dos rebanhos.

ARROZ

O coordenador regional do Irga, agrônomo Pedro Hamann, observa que a estiagem ainda não causa prejuízo para irrigação da lavoura de arroz em Cachoeira, onde a água é fornecida, principalmente, pelo Rio Jacuí. Ele recorda que a primavera chuvosa, que inclusive provocou enchente, ajudou a abastecer os reservatórios, como açudes e barragens. Assim, por enquanto, isso não afeta a irrigação. Mesmo assim, houve problemas de atraso no plantio por causa da cheia e de manejo quando a planta estava nascendo, o que poderá ter reflexo na produtividade.

Smap leva água para a zona rural

O caminhão tanque da Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária vem sendo usado para abastecer as comunidades rurais que sofrem com a falta de água neste verão em Cachoeira do Sul. Em dezembro foram feitas 31 entregas para os moradores do interior, chegando a 126,2 mil litros. Neste ano já foram mais sete entregas, totalizando mais 38,5 mil litros. As regiões mais afetadas são Irapuá, Lomba Grande, Cerro dos Peixotos, Vila Vargas, Passo da Areia, Capão da Cruz e Corredor da Costa.

>> IMPORTANTE

Para fazer a radiografia dos efeitos da estiagem no campo, a Secretaria Municipal da Agricultura e Pecuária (Smap) conta com o apoio da Emater e do Irga. Para a reunião de amanhã, foram convidados pela Smap entidades ligadas ao agronegócio, produtores, empresas, sindicatos, escritórios de assessoria e instituições bancárias para discutir a situação das perdas.

>> PARA SABER MAIS

Chuva em Cachoeira do Sul

ENTRE 6 DE NOVEMBRO E 6 DE JANEIRO:

* Três Vendas: 109,2 milímetros

* Capané: 124,6 milímetro

* Cordilheira: 121,8 milímetros

* Média: 118,5 milímetros

Fonte: Emater 

ATENÇÃO

A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) criou um grupo de trabalho para acompanhar os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul. O secretário em exercício, Luiz Fernando Rodriguez Júnior, solicitou à Emater um acompanhamento aprofundado da situação da safra do milho e da soja. “São colheitas que impactam também a produção de carne e leite”, justifica. De acordo com Rodriguez Júnior, trata-se da estiagem mais severa dos últimos sete anos. O diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri, disse que milho, tabaco e soja são as plantações mais afetadas.

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