Arroz tem preço recorde no campo

 Arroz tem preço recorde no campo

Arroz em casca vive momento de valorização

Perda de renda dos produtores e queda de área provocaram redução na oferta, segundo o Cepea.

Nos últimos dez anos, em apenas três deles os produtores de arroz conseguiram cobrir os custos totais e os investimentos que fizeram para a produção do cereal. As safras positivas foram em 2009/10, 2013/14 e 2016/17.

Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a produção de arroz em Uruguaiana (RS) nas dez últimas safras não foi sustentável economicamente para remunerar os investimentos em infraestrutura e permitir que o produtor renovasse seu parque de máquinas e benfeitorias com capital próprio.

O resultado disso começa a mudar completamente o cenário desse setor no país. Houve redução de área plantada, oferta menor de produto e aumento de preços. Nesta quinta-feira (30), a saca de arroz em casca registrou o maior patamar nominal da história desde que o Cepea iniciou o acompanhamento de preços, em 2005.

O problema agora é saber o que fazer para tornar esse setor novamente viável para os produtores e menos custoso para os consumidores. É o que indaga Lucilio Alves, professor da Esalq e pesquisador do Cepea.

Essa escalada de preços do arroz, mesmo que as indústrias e o varejo reduzam suas margens nas negociações, vai chegar à inflação.

A saca de 50 quilos, que esteve em alta durante todo o segundo semestre do ano passado, chegou ao valor recorde de R$ 51,26 nesta quinta, com elevação de 7% no acumulado de janeiro.

A disponibilidade de arroz desta safra em andamento será a menor dos últimos 35 anos. Os estoques no final deste período, em fevereiro de 2021, serão suficientes para apenas 2,4 semanas, diz Alves.

O setor vem buscando alternativas econômicas. Além da procura por maior produtividade por hectare, abandonou o cereal em algumas áreas e o substituiu por soja, mais rentável.

A rentabilidade baixa do setor ocorre também pela redução da demanda interna. Quanto maior a renda do consumidor, maior a procura por uma diversidade de alimentos.

As exportações podem abrir caminho para produção e rentabilidade maiores, mas só agora o setor começa a desenvolver um sistema mais viável de exportação, segundo o pesquisador.

A área gaúcha dedicada ao cereal neste ano caiu 5%, e a produção recuará para 7,39 milhões de toneladas do produto em casca no Rio Grande do Sul, principal estado produtor do país. O aumento de produtividade é de 5,2%, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

 

7 Comentários

  • Temos que seguir reduzindo área plantada com arroz e aumentar a de soja! A China vai importar tudo! Vão precisar dela para o farelo de soja para alimentar suas criações de porcos… Vão importar carne de gado congelada… Temos que seguir aumentando nossa exportação… O preço do arroz recém chegou nos custos de produção… Não caiam na balela da indústria de arroz alegando que essa subinha do arroz vai gerar grandes inflações… E se gerar paciência… Tudo sobe… Carne, gasolina, salarios, frete, etc… A indústria que se ligue… Se aproveitarem para baixar os preços durante a colheita vão perder o resto dos funcionários deles… Ninguém mais quer plantar arroz pela insegurança que o mercado oferece. De cada 4 anos plantados, 1 dá um lucrinho!!! O produtor já se apercebeu disso… Ninguém mais é bobo!!! Acordem prá realidade srs. industriais e varejistas… Ninguém vai plantar prá ter prejuizo. Se vocês baixarem para R$ 42/45 durante a colheita ano que vem terão que empacotar soja!

  • Arroz em casca no MT e Tocantins desde Outubro a mais de 1.00 Kg….Esta semana 73,00 saco 60 Kgs…Aqui no Sul, arrecem passou dos 50,00…Não se emocionem….

  • A indústria está desesperada atrás de arroz. Insiste em não pagar mais pela matéria prima contando com a proximidade da colheita. Todos grandes produtores, com silos na propriedade, fazem planos para colher e armazenar o arroz, já que os silos estão vazios. Somente pequenos e descapitalizados produtores irão entregar a safra aos engenhos. A indústria irá terminar de quebrar estes pequenos, e no futuro ficará na mão dos produtores grandes. Aí a história vai mudar.

  • A crise mundial está próxima, e com vírus corona será o estopim, dólar em breve acima dos R$4,50 . Porque o FED injetou mais de $400 bilhões de dólares pra mascarar a crise. A China é a maior bolha de injeção de capital e um dia esses créditos terão q ser pagos, aí estoura a crise. E a procura por dólar aumenta. E os Youtubers de renome já estão sugerindo estocagem de alimentos por causa do corona. Então os alimentos inevitavelmente se tornam caros.

  • Enquanto isto alguns estão entregando produto. Estavam nas gondolas de Super Mercados a 9,95 e agora entre 10,95 e 11,95 ao consumidor no RJ.
    Palmares, Ouro Nobre e outros,de Itaqui. E isso não é de hoje. Faz tempo. Onde está o erro ? Continua sendo trouxa o agricultor que no final ouve das Cooperativas: ‘Só deu para pagar as contas. Sobrou 1,00 em saca’.
    Sem falar nas ‘benesses’ que concedem as redes. Super Mercados que possuiam 2 ou 3 lojas hoje contam com dezenas. E ‘crescimento’ não foi devido a volume de vendas….

  • Pois é, esse problema se deve, no caso não só Itaqui, Alegrete e São Gabriel entre outras indústrias localizadas pelo RS agora q sabem q logo adiante vão ter um pobre produtor pra depena. Então carece de esvaziar os silos e vendem por qquer preço. É todas aquelas indústrias q financiam o produtor. Mas vejo q já tem produtor consciente e atento.,pois viajando a POA percebi q lavouras q antes estavam com arroz,agora tem soja, pelo menos uns 70%. Onde antes até em ladeiras se via aquele monte de taipas pra arroz,agora e tudo soja. SDS.

  • Agora vocês estão entendendo o estrago que o produtor-engenho faz… Eles plantam, descascam, empacotam e possuem seu próprio atacado no centro do país… Não é fácil competir com eles, pois lucram no casca, no frete, no pacote, no canjicão, na quirera e até na casca!!!

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