Conab insiste em manter balança comercial empatada, o que mexe com os estoques

 Conab insiste em manter balança comercial empatada, o que mexe com os estoques

Rio Grande do Sul colherá 940 mil hectares de arroz apenas

Mesmo com mais de 300 mil toneladas de superávit em 11 meses, levantamento da Companhia não mexe na balança comercial.

Mesmo faltando 18 dias para encerrar o ano safra e com a balança comercial do arroz apontando um superávit de mais de 300 mil toneladas em 11 meses, a Companhia Nacional de Abastecimento divulgou hoje um levantamento de safra e do quadro de oferta e demanda prevendo um “empate” de 1,1 milhão de toneladas exportados e 1,1 milhão de toneladas importados e um estoque de passagem de 477 mil toneladas de arroz. Confirmando-se os números divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior (MDIC) sobre as exportações e importações, portanto, o Brasil teria menos de 180 mil toneladas de arroz no estoque de passagem.

O levantamento de fevereiro, divulgado hoje, apontou pouca diferença com relação ao divulgado em janeiro. Entre as alterações está uma redução de 6 mil hectares na previsão da área semeada, de 1,685,8 para 1,679,2. A área de sequeiro até aumentou frente à estimativa anterior, cerca de 2 mil hectares, mas a de grão irrigado reduziu 8 mil hectares. Em termos de produtividade a expectativa também reduziu 0,1%, de 6.266 para 6.259 quilos por hectare, desta vez por causa do sequeiro. O irrigado até aumentou a média de 7.404 para 7.415.

Com isso, a previsão da Conab é de que a safra alcance um total de 10,510 milhões de toneladas, com aumento de 0,6% sobre o ano passado, mas registrando uma queda de 0,5% sobre a previsão de janeiro. Serão produzidas 932,5 mil toneladas de arroz em terras altas/sequeiro e outras 9.578,2 milhões de toneladas em áreas sob irrigação.

O relatório cita que “nas últimas safras a área cultivada com arroz vem diminuindo, sobretudo em áreas de sequeiro. Apesar da redução nos últimos anos, a maior proporção do plantio em áreas irrigadas, que geram maiores produtividades, e o contínuo investimento do rizicultor em tecnologias, vêm permitindo a manutenção da produção, ajustada ao consumo nacional.

A expectativa de produção para esta safra é de 10,51 milhões de toneladas, aumento de 0,6% em relação à safra passada. A produção nacional de arroz tem sua maior concentração na Região Sul, responsável por mais de 80% da oferta nacional. No Rio Grande do Sul, o início da colheita está próximo, e as condições meteorológicas, até o momento, favoreceram o bom rendimento da cultura".

OFERTA E DEMANDA

Já sobre oferta e demanda, o levantamento cita que "a safra 2018/19, significativamente abaixo da média histórica, no Brasil e no Mercosul, somada aos estoques baixos e ao favorecimento das exportações, com o dólar em patamares históricos de alta, refletem em alta nos preços no último ano de 24,06% (R$ 49,03 a saca no Rio Grande do Sul).

Esse comportamento deve se manter até que a nova safra comece a ser colhida, de forma mais intensa, em março de 2020. Apesar de boa parte dos fundamentos de mercado apontarem para uma forte valorização do grão, a retração do consumo interno irá contrabalancear e amenizar os movimentos de alta.

Para a próxima safra 2019/20, com a expectativa de manutenção de baixo volume colhido, estoques de passagem menores, balança comercial equilibrada e baixo consumo, projeta-se um cenário com preços ligeiramente acima dos cotados ao longo da atual safra.

Em relação à balança comercial, depois de um superávit de 865,1 mil toneladas na safra 2017/18, o cenário caminha para um equilíbrio no atual período. Para a safra 2018/19, de março de 2019 até janeiro de 2020, as exportações somaram 1.277,2 mil toneladas, enquanto as importações foram de 954,7 mil toneladas, saldo de 322,9 mil toneladas. Com o mercado brasileiro em final de entressafra e a recente valorização do real em dezembro, projeta-se uma amena redução do superávit da balança comercial para 250 mil toneladas, até o final do período de comercialização da safra 2018/19 (final de fevereiro de 2020)”.

2 Comentários

  • Boa tarde Evandro,

    A Conab está considerando empatado o volume de importação e exportação para o ciclo de 2019/2020 que se encerra em 28/02/2021.
    com relação ao ciclo da safra 2018/2019 que se encerra em 29/02/2020 a Conab alterou a importação para 1.050, mton exportação para 1.300 mton e o consumo para 10.450 mton o que pela projeção gera um estoque de passagem em 29/02/2020 de 416,9 mton.

  • Se tivesse esse estoque o arroz já estaria valendo R$ 45… a industria não estaria compradora nessa época… Penso que é um chute no escuro… Nessa época todo mundo já liberou os seus silos para receber a safra nova… E nas indústrias o que tinha de arroz safra antiga já foi descascado e mandado embora!!! Ou vale o ARROZ-PAPEL para o levantamento!!! Por outro lado isso é bom porque para de especular com a história de um suposto DESABASTECIMENTO !!! Todos estão livres para num chutar num mercado esculhambado que nem o nosso… Nem o CUSTO por saca não sabemos, mas o que tem de arroz sempre estão especulando… A quem interessa esse tipo de notícia: indústria!

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