Conab prevê queda de estoques e oferta e demanda ajustadas em 2020

Consumo interno foi, novamente, ajustado para baixo.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não divulgou na última terça-feira o 6º Levantamento da Safra de Grãos de Verão e confirmou a estimativa de baixo estoque de passagem no dia 29 de fevereiro, que encerrou o ano comercial 2019/20 com 393 mil toneladas. Este, segundo os analistas, é o menor da série histórica da Companhia.

A safra 2018/19 ficou significativamente abaixo da média histórica, no Brasil e no MERCOSUL, somada aos estoques baixos e ao favorecimento das exportações, com o dólar em patamares históricos de alta, refletem em aumento nos preços no último ano de 26,62% (R$ 49,80 a saca no Rio Grande do Sul).

Esse comportamento deve arrefecer ao longo de março, pois haverá uma intensificação da colheita ao decorrer dos próximos dois meses. Apesar de boa parte dos fundamentos de mercado apontarem para uma forte valorização do grão, a retração do consumo interno irá contrabalancear e amenizar os movimentos de alta. Para a próxima safra 2019/20, com a expectativa de manutenção de baixo volume colhido, estoques de passagem menores, balança comercial equilibrada e baixo consumo, projeta-se um cenário com preços acima dos cotados ao longo da atual safra.

Em relação à balança comercial, depois de um superávit de 865,1 mil toneladas na safra 2017/18, houve uma retração do superávit para 323,1 mil toneladas. Para a safra 2019/20, de março de 2020 até fevereiro de 2021, projeta-se equilíbrio entre o importado e o exportado em 1.100 mil toneladas, com a perspectiva de elevados preços internos e dólar valorizado. Sobre o fechamento do quadro de suprimento, observou-se uma exportação de 60,9 mil toneladas acima do prevista no último levantamento de safras e uma importação de 12,3 mil toneladas abaixo do previsto.

Com isso, realizou-se ajuste no consumo interno para 10,4 milhões de toneladas, o que corrobora as análises anteriores de desaquecimento do consumo brasileiro de arroz em razão, principalmente, por uma mudança de hábitos por parte da população. Assim, utilizando o mesmo patamar de demanda para a safra 2019/20, estima-se um estoque final de passagem ajustado de 516,2 mil toneladas para fevereiro de 2021.

A companhia ainda destaca que nas últimas safras, a área cultivada com arroz vem diminuindo, sobretudo em áreas de sequeiro. Apesar da redução nos últimos anos, a maior proporção do plantio em áreas irrigadas, que geram maiores produtividades, e o contínuo investimento do rizicultor em tecnologias, vêm permitindo a manutenção da produção, ajustada ao consumo nacional.

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