Peso igual, preço maior

 Peso igual, preço maior

Colheita gaúcha: muito próxima dos volumes da safra passada

Lavoura gaúcha retrai
em busca do equilíbrio
de mercado e de preços
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 Precisou doer no bolso, e doer muito, para que o rizicultor gaúcho se desse conta que dimensionar a sua oferta à demanda dos mercados atendidos pelo Brasil – interno e externo – pode ser o caminho para que os preços do arroz reajam e busquem um nível de equilíbrio. “Muitos produtores deixaram a atividade por absoluta falta de renda e endividamento, outros enquanto ainda podiam arcar com as despesas”, reconhece Alexandre Azevedo Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz). Desde 2014/15 – com um pequeno repique em 2016/17 – a superfície cultivada com arroz em solo gaúcho vem decrescendo.

Velho defende que o setor enxugue ainda mais a área na próxima temporada, mesmo se os preços nesta safra forem compensadores. “Não será em uma safra que vamos recuperar os prejuízos de seis, sete temporadas”, explica. Em seis safras foram reduzidos 176,5 mil hectares do grão, área praticamente idêntica a do Paraguai, apenas entre os arrozeiros rio-grandenses. Parte foi dirigida ao plantio da soja, em rotação. Outra parte ficou na ampliação de dois para três cortes de cultivo, que se mantêm com pecuária ou limpeza de área mesmo.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Rio Grande do Sul semeou 951 mil hectares nesta temporada, confirmando uma redução de 5% sobre 1.001,1 milhão na safra 2018/19. A produtividade deve crescer 5,2% para 7.765 e a produção total deve ficar em 7.384,5 milhões, praticamente igual. Mas o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) tem outros números e considera o plantio total em 940,06 mil hectares. A produtividade deve ficar em torno de 7,5 mil quilos por hectare, totalizando cerca de 7,05 milhões de toneladas de arroz em base casca.

RISCOS
Rodrigo Schoenfeld, consultor e engenheiro agrônomo, avalia que até a colheita ainda há riscos para a lavoura de arroz e destaca que, segundo dados do Irga, a safra atual foi a segunda com maior área plantada fora de época. “O janeiro seco foi bom para quem conseguiu fazer todos os manejos necessários e tinha água. Estes produtores vão colher bem, mas houve quem teve problemas para irrigar, replantou, teve mais custos com energia e insumos. Em geral, a falta de umidade foi mais prejudicial às áreas de soja, tanto na coxilha quanto nas várzeas”, reconhece.

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