Dólar termina a semana em alta, a R$ 5,83

Moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 0,34%, a R$ 5,8384..

O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (15), após um dia instável com o mercado atento ao Banco Central após intervenção mais intensa da autarquia na última sessão e ainda de olho no cenário político. O pedido de demissão de Nelson Teich do cargo de ministro da Saúde, menos de um mês após assumir o cargo no lugar de Luiz Henrique Mandetta, adicionou volatilidade ao mercado. 

A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 0,34%, a R$ 5,8384. Na mínima, chegou a R$ 5,7593 e, na máxima, foi a R$ 5,8707. Veja mais cotações. 

Com a alta desta sexta, a moeda encerrou a semana com valorização acumulada de 1,66%, na segunda semana seguida de alta. No mês, a alta acumulada é de 7,33%, e no ano, chega a 45,60%. Já o dólar turismo encerrou cotado a R$ 6,0627, sem considerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Cena local e externa

Na quinta-feira, após o fechamento dos mercados brasileiros, o presidente norte-americano, Donald Trump, sinalizou uma deterioração adicional do seu relacionamento com a China, dizendo que não tem interesse em falar no momento com o presidente Xi Jinping e chegando a sugerir que poderia cortar os laços com a segunda maior economia do mundo. A analistas citavam essa escalada como um fator de pressão descendente sobre ativos globais arriscados. 

As tensões crescentes entre as duas potências ocorrem num momento de devastação econômica como resultado da pandemia de coronavírus. Nesta sexta-feira, dados mostraram que as vendas no varejo dos Estados Unidos sofreram um segundo mês consecutivo de queda recorde em abril.

Enquanto isso, no Brasil, os impactos das restrições devido às medidas de contenção do coronavírus pesaram com força sobre a economia, e o índice de atividade do Banco Central sofreu em março a maior contração da série histórica, indicando recuo de 1,95% no primeiro trimestre. O governo prevê uma retração de 4,7% para este ano – considerando que as medidas de distanciamento social terminarão em maio.

"Com os dados de atividade econômica piores do que o esperado em março e abril, ficou mais claro que o choque negativo na atividade econômica brasileira ao longo do primeiro semestre será considerável", disse em nota a XP Investimentos.

Enquanto isso, o clima tenso na política brasileira permaneceu em meio a expectativas sobre a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, em que o presidente Jair Bolsonaro teria pressionado por mudanças na Polícia Federal por motivos pessoais, e após a demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich, após discordâncias com o presidente sobre medidas contra a pandemia de coronavírus.

As tensões em Brasília têm sido apontadas frequentemente por analistas como fator agravante para a disparada do dólar.

O real já acumula depreciação de mais de 30% neste ano, pior desempenho entre seus principais rivais, enquanto outros ativos brasileiros também sofrem diante do aumento da desconfiança de investidores estrangeiros com a situação econômica, política, fiscal e de saúde do país, destaca a Reuters.

Segundo os últimos dados disponibilizados pelo Banco Central, a saída de investimentos em carteira alcançou US$ 22,068 bilhões em março, um recorde — somando ações e renda fixa negociadas no mercado doméstico. 

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