Dólar fecha em queda com exterior e dados de varejo
Nesta quarta-feira, a moeda norte-americana recuou 0,63%, cotada a R$ 5,3495.
O dólar fechou em queda nesta quarta-feira (8), após surpresa positiva nas vendas do comércio varejista em maio, com investidores elevando as apostas de que a recuperação da economia brasileira pode ser mais acelerada do que o esperado, apesar das incertezas globais e persistente volatilidade nos mercados.
A moeda norte-americana recuou 0,63%, cotada a R$ 5,3495. Na mínima da sessão, chegou a R$ 5,3192, enquanto que na máxima foi a R$ 5,3937. Veja mais cotações.
Na parcial do mês, o dólar acumula baixa de 1,66%. No ano, porém, tem alta de 33,41%
Cenário local
O IBGE divulgou nesta quarta o resultado das vendas do comércio em maio, que apontou uma alta de 13,9% em relação ao mês anterior, bem acima do esperado pelo mercado.
O BTG Pactual digital classificou os resultados como "muito acima da expectativa" e avaliou que, apesar do cenário "ainda repleto de incertezas, o forte crescimento deve animar investidores, na medida em que indica uma recuperação da atividade econômica".
Indicadores econômicos de maio e junho indicam uma reação da economia brasileira e sinalizam que o pior da crise pode ter ficado para trás, apesar das incertezas ainda elevadas.
A perspectiva ainda sombria para a economia foi exposta pela pesquisa Focus do Banco Central, cuja mais recente atualização divulgada na véspera mostrou estimativa de contração de 6,50% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Contudo, houve ligeira melhora em relação à taxa de queda 6,54% da semana passada. O mercado espera dólar de R$ 5,20 ao fim de 2020, pela mediana das projeções.
Cautela no exterior
Já no exterior, o sentimento seguiu fragilizado pelo ressurgimento de casos de Covid-19 no mundo e pelos riscos de seus potenciais efeitos econômicos.
O aumento de casos de coronavírus nos Estados Unidos e as previsões de recessão mais profunda do que era esperado na zona do euro reduziam as esperanças em torno de uma rápida recuperação da economia. O número de casos confirmados nos EUA ultrapassou 3 milhões, afetando quase um em cada 100 norte-americanos.
Christopher Lewis, analista do DailyForex, avalia que a marca de R$ 5,50 tem oferecido resistência nas últimas semanas, mas que é "apenas questão de tempo" antes de a moeda superá-la. Esse movimento abriria caminho para a região de R$ 5,60 e, eventualmente, para máximas próximas de 6 reais.
"Acho que o nível de R$ 5,0 será uma barreira significativa que deveria atrair muita pressão compradora. No fim, acho que neste momento é muito mais fácil comprar o par dólar/real do que vendê-lo, devido a todos os riscos associados com o Brasil e a América Latina", disse.