Santa Catarina confirma safra maior e registra preços firmes
O comportamento dos preços na safra 2019/20 teve comportamento atípico, principalmente a partir de abril deste ano.
Preços ao produtor
O mês de junho encerrou com preços ao produtor em alta em Santa Catarina, embora com menos força do que o observado nos meses anteriores.
Comparativamente ao mês de maio, os preços ao produtor catarinense valorizaram 2,43%, enquanto no mercado gaúcho a variação foi de 1,93%. Conforme pode ser visto na Figura, o comportamento dos preços na safra 2019/20 teve comportamento atípico, principalmente a partir de abril deste ano.
O comportamento sazonal indica que entre os meses de fevereiro e junho há uma queda acentuada nos preços, em função do período de colheita do grão, que aumenta a oferta interna e exerce pressão de baixa nos preços. Contudo, o avanço do coronavirus no mundo e as incertezas quanto ao abastecimento provocaram uma corrida aos mercados, reduzindo ainda mais os estoques industriais do grão.
Graças a este cenário, combinado à expectativa de safra menor do Rio Grande do Sul, que enfrentou uma severa estiagem, em vez de seguir o comportamento esperado, os preços ao produtor subiram e permanecem com esta tendência. A permanência desses preços em patamares elevados depende, sobretudo, do comportamento da demanda, haja vista que a safra catarinense de arroz foi maior do que a observada no ano passado. Demanda esta que já mostra sinais de desaquecimento no varejo.
Comparativo de safra
Em relação ao desempenho da safra 2019/20, que encontra-se encerrada em Santa Catarina, observou-se que, embora o plantio tenha atrasado em relação à safra anterior, principalmente entre a primeira quinzena de setembro e outubro, em razão da estiagem, o andamento foi normal.
Com a conclusão de um trabalho da Epagri em parceria com a Conab, de mapeamento via satélite das áreas de arroz irrigado no estado, foi realizado um ajuste das áreas municipais e, consequentemente, da área estadual. No início da safra estimava-se uma área plantada de aproximadamente 143 mil hectares, passando a valer a partir do mapeamento a área de 149,5 mil hectares, 4,19% a mais.
Em relação à produtividade, observou-se que a região sul do estado obteve resultado superior ao obtido em safras anteriores, com média de produtividade acima de 170 sacos por hectare, além de muitas propriedades terem colhido acima de 10 toneladas por hectare.
Entre as explicações para este bom desempenho estão o predomínio de cultivares de alto potencial produtivo a campo, a adoção de tecnologia e a condição climática favorável. Cabe destacar que os principais problemas encontrados na safra foram a falta de água em decorrência da estiagem e a ocorrência de plantas daninhas.
Mas, apesar de todos os fatores que poderiam depor contra um bom desempenho desta safra, os resultados foram satisfatórios na maioria das regiões, com produtividade média quase 9% superior à obtida na safra passada no estado. Ao todo, a indústria catarinense terá disponível cerca de 1,2 milhão de toneladas de arroz em casca para beneficiamento.