Conab amplia produção brasileira 2019/20 e projeta estoque final estável

Destaques do quadro de oferta e demanda é um aumento de 5% (522 mil toneladas) no consumo interno e de 400 mil toneladas nas exportações, com estoque de passagem mais ajustado.

O Brasil produziu 6,6% mais arroz na safra 2019/20, alcançando 11,18 milhões de toneladas, segundo relatório divulgado nesta terça-feira, 11 de agosto, pela Companhia Nacional de Abastecimento. Foram 10,3 milhões de toneladas em áreas de cultivo irrigado e cerca de 900 mil toneladas de produção em terras altas. A colheita está praticamente concluída no Brasil, com algumas áreas do Norte/Nordeste em fase final de operação. Ao mesmo tempo, o plantio da próxima temporada já começou no Sul do País.

São 697 mil toneladas a mais do que na temporada anterior, que resultou em 10,483 milhões de toneladas do grão em base casca. Também deve ampliar em 60 mil toneladas as suas compras internacionais, para 1,1 milhão, contra 1,04 do ciclo encerrado em fevereiro passado. O suprimento total, incluindo estoques remanescentes, somou 12,193 mil toneladas na temporada passada, mas no ano comercial 2020/21, que vai até março do ano que vem, deverá somar 12,834, ou 5,3% a mais.

Ao mesmo tempo em que a produção impulsionou as disponibilidades, o país neutralizou esse aumento da oferta com a soma de um avanço de 522 mil toneladas no consumo interno previsto a partir dos efeitos da pandemia do coronavírus, que passou de 10,278 para 10,8 milhões de toneladas; e também com o aumento de 400 mil toneladas na previsão de exportações, de 1,361 para 1,5 milhões de toneladas no ano. A projeção do organismo federal é de que o Brasil termine o ano comercial, em 28 de fevereiro de 2021, com o estoque de passagem praticamente equilibrado, com 534 mil toneladas de arroz em base casca, apenas 20 mil toneladas a menos em comparação com fevereiro de 2020, quando havia 554 mil toneladas.

O relatório

Segundo o relatório, a produção nesta safra é estimada em 11,2 milhões de toneladas, representando aumento de 6,6% em relação ao ciclo passado. A área plantada sofreu redução de 2,1%, como vem acontecendo nos últimos anos. Apesar da diminuição gradativa da superfície semeada, a proporção e as tecnologias do plantio de arroz irrigado geram uma maior produtividade, o que vem permitindo a manutenção produtiva ajustada ao consumo nacional.

As condições climáticas, sobretudo na Região Sul, permitiram um ótimo resultado. A colheita está praticamente finalizada, restando algumas áreas irrigadas na Região Norte e em áreas irrigadas e de várzea no delta do Rio São Francisco. Nesta safra, a Conab, juntamente com a Agência Nacional das Águas (ANA), Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e o Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), concluíram o mapeamento de áreas de arroz irrigado no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

Oferta e demanda

Apesar da reduzida safra 2018/19, a significativa retração do consumo, identificada no período de comercialização refletiu em preços próximos da estabilidade com ameno viés de alta em razão do significativo saldo da balança comercial do arroz. Como resultado, nota-se, pela terceira safra consecutiva, uma redução nas estimativas de estoques de passagem do setor.

Para a próxima safra 2019/20, com a expectativa de expansão (+6,6%) do volume colhido, com uma balança comercial superavitária estimada em 400 mil toneladas e com crescimento do consumo (+5,1%), projeta-se preço elevado ao longo de todo o período de comercialização.
Mais especificamente sobre o incremento esperado de consumo, com o prolongamento da crise do Covid-19 e o isolamento social de parte da população, identifica-se um aumento na alimentação em domicílio, o que seguramente refletirá em aumento de consumo de arroz.
Em relação à balança comercial, depois de um superávit de 865,1 mil toneladas na safra 2017/18, houve uma retração para 323,1 mil toneladas. Para a safra 2019/20, de março de 2020 até fevereiro de 2021, projetam-se uma exportação de 1,5 milhão de toneladas e uma importação de 1,1 milhão de toneladas, com a perspectiva de forte demanda internacional e preços nacionais competitivos no mercado global.

No acumulado do período comercial atual, de março de 2020 a maio de 2020, já se contabiliza um superávit de 732,1 mil toneladas. Logo, para os próximos meses é esperada uma alteração do comportamento identificado nos primeiros meses de comercialização da safra 2019/20 (março a julho) da balança comercial, com a expectativa de queda das cotações internacionais em razão da colheita da safra de verão no sudeste asiático e com o quadro ajustado de oferta e demanda nacional.

Clima

Segundo o Inmet, a Região Sul deve ter chuvas próximas ou acima da média climatológica de agosto a outubro em grande parte do Paraná, norte de Santa Catarina e sul do Rio Grande do Sul. Nas demais áreas da região há probabilidade de acumulados dentro da faixa normal ou abaixo. A segunda quinzena de agosto terá temperaturas dentro da normalidade para a época.

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