Santa Catarina já planta a safra de arroz 2020/21

 Santa Catarina já planta a safra de arroz 2020/21

Plantio avança em Santa Catarina com temperaturas mais altas

Primeiras sementes de arroz pré-germinado já estão chegando ao solo desde o final de julho, aproveitando os dias de calor.

Já começou, em Santa Catarina, o plantio da lavoura de arroz da temporada 2020/21. Mesmo em municípios ao Sul do estado e apesar do clima mais frio do que no ano passado, a semeadura avança.

No município de Nova Veneza, o agricultor Silvino Gava já plantou 50 hectares, e informa que tanto ele quanto seus vizinhos já estão colocando as sementes na terra. Ele é adepto do cultivo em duas etapas, a safra “normal” e o manejo da soqueira, ou seja, depois de colhido o arroz, há nova fertilização para induzir o rebrote e nova produção, que geralmente fica entre 20% e 30% da produtividade do primeiro corte. Com um clima favorável, se busca mais de 40% sobre o volume agregado.

Nova Veneza plantou na última temporada 8.860 hectares de arroz, e está entre os quatro maiores produtores de Santa Catarina. É um município de 14 mil habitantes, com forte influência da colonização italiana, vizinho a Criciúma. “Atualmente estamos com cerca de 5% da áreas plantadas, mas acredito que até o final da próxima semana ultrapassemos os 20%”, explica o orizicultor. O seu plantio é fracionado até setembro, quando deve ser encerrado no município.

Depois de uma boa safra em 2019/20, o agricultor está mais preocupado para a temporada que se inicia. “Este ano estão falando em ondas de frio até perto de novembro, o que não ajuda na produção. O clima ideal é mais quente e sem grandes oscilações”, explica.

Norte

Na região de Joinville, Massaranduba, Guaramirim e Araquari, ao norte de Santa Catarina, são cultivados perto de 15 mil hectares, e o plantio também tem evoluído. Hector Haverroth, gerente regional da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e líder do Programa Grãos da empresa na macrorregião, considera que 20% da área a ser plantada nestes quatro municípios está semeada, o que representa pouco mais de 3 mil hectares.

Nesta região, o cultivo da soqueira é tradicional e os produtores costumam plantar parte das áreas ainda em agosto, se o clima permite. No sul do estado, o plantio antecipado para fazer a primeira safra e a soqueira, é um fenômeno recente. “Começou em maior volume há três safras, com uma condição de clima favorável e resultados razoáveis, mas não é o mais indicado. É um procedimento que traz muitos riscos”, avisa Hector Haverroth.

Ele acrescenta que com pouco mais de uma semana de sol e temperaturas mais altas, os produtores estavam ansiosos e adiantaram um pouco o plantio. No norte, por causa de uma condição climática diferenciada, existe todo um manejo desenvolvido e uma prática maior dos arrozeiros, baseada em décadas de manejo. "No sul do estado, já não é tão recomendável essa antecipação, pois ela amplia o nível de riscos à produtividade e à qualidade da safra principal”, alerta o agrônomo da Epagri.

Explica ele que, ao antecipar demais o plantio, o rizicultor eleva o nível de risco da safra principal, com possibilidade de redução produtiva, dificuldades de estabelecimento da lavoura e demora na emergência, alongamento do ciclo, e tem maior dependência de um clima muito favorável.

Além disso, ao estabelecer uma safra principal e uma soqueira, a região eleva a possibilidade de ataques de pragas, doenças e de maior incidência de plantas invasoras.

“Como o plantio é antecipado, mas por causa da soqueira ele também acaba alongado, lá na hora de colher a segunda safra, há mais chances de pegar um frio ou a incidência de pragas e doenças que tragam não só maior custo, mas também menor produção do que uma safra normal, bem feita. Portanto, a iniciativa pode não compensar”, observa.

Apesar dos riscos, a safra com aproveitamento do rebrote tem sido uma tendência de muitos produtores para buscarem maior produção e renda em áreas que plantam “arroz em cima de arroz”, sem muitas alternativas de rotação. Os bons preços do momento, também incentivaram a antecipação, uma vez que colher em dezembro/janeiro, pode ser a oportunidade de ainda alcançar cotações mais elevadas.

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