Reunião da Câmara Setorial para tratar de TEC ficou para 1º de setembro

 Reunião da Câmara Setorial para tratar de TEC ficou para 1º de setembro

Tereza Cristina: trabalhando para resolver o problema de preços

Informação foi confirmada pelo MAPA, que reconheceu preços altos ao consumidor e estuda medidas.

Por incapacidade técnica e problemas de agenda hoje, dia 25 de agosto, terça-feira, foi reprogramada a data da reunião extraordinária da Câmara Setorial Nacional da Cadeia Produtiva do Arroz que tratará do pedido de suspensão temporária da incidência da Tarifa Externa Comum (TEC) de 12% sobre o arroz importado pelo Brasil de países não integrantes do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Com a incidência em cascata, a taxa alcança 14% do preço de internalização. A nova reunião acontecerá no dia 1º de setembro e será virtual.

O pedido da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) foi encaminhado, via Câmara, à ministra Tereza Cristina Dias, e também ao Ministério da Economia, levando em conta a disparada nos preços do arroz em casca, que atualmente já está acima das cotações do arroz beneficiado no início de julho e alcança valorização em torno de 25% apenas em nos 25 dias de agosto.

O Mercosul também registra baixa disponibilidade de vendas para atender a demanda brasileira, levando em conta que seus estoques tiveram excelente comercialização no primeiro semestre e parte das 950 mil toneladas ainda disponíveis, segundo estimativas da cadeia produtiva do Conesul, teriam ao menos uma centena de outros mercados interessados. O pedido recebeu apoio de setores do varejo e das tradings que já exportaram mais de 1,15 milhão de toneladas de arroz entre março e 20 de agosto e agora têm nova oportunidade de negócios com a inversão na balança comercial.

O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, já manifestou que a entidade espera uma discussão mais aprofundada do tema e com números mais claros do quadro de oferta e demanda do Brasil, considerando os volumes disponíveis com os produtores, indústrias, governo e atacadistas/varejistas, além de uma previsão de abastecimento no Mercosul. Velho acredita que o governo federal, antes de analisar um suspensão da TEC até fevereiro, para importação de 200 mil a 300 mil toneladas de arroz (base casca) conforme sugerido pelo segmento industrial, deve promover leilões de arroz dos estoques públicos e buscar outras medidas de apoio à comercialização, levando em conta que a lavoura teve prejuízos na média das últimas cinco safras.

Na manhã de hoje, a ministra da Agricultura afirmou saber que os preços ao consumidor estão altos e que o governo está tomando medidas para solucionar o problema. No entanto, não explicou quais são as medidas e nem quando serão anunciadas. Já o diretor de Política Agrícola da Conab, Sérgio De Zen, assegurou que a alta de preços do arroz é causada por uma conjuntura de mercado, mas que deve retroagir. Enfatizou, porém, que a maior preocupação do MAPA não é com o momento atual, mas com a repercussão que estes preços terão na próxima safra e na formação das cotações da temporada 2020/21. “Motivado pelas referências atuais, o produtor plantará mais por um custo mais elevado por causa do dólar, colherá mais, aumentará a oferta já com expectativa de um câmbio em outro patamar no ano que vem, e isso poderá ter um efeito negativo”, reconheceu.

A indústria, por sua vez, aguarda um posicionamento do MAPA antes de encaminhar tratativas cm o Ministério da Economia, pois entende que um consenso do setor evitaria um desgaste desnecessário e o equilíbrio do mercado.

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