Pecuária é destaque no Boletim Agropecuário da Epagri

O arroz segue em alta no Estado.

A pecuária é o destaque do Boletim Agropecuário de setembro. O documento, emitido mensalmente pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) aponta sequência de alta nos preços de leite e do boi gordo. As exportações de carne suína tiveram o segundo melhor faturamento mensal da série histórica, atrás apenas de maio. Por outro lado, as exportações de frango caíram.

Pecuária

Os preços do leite devem seguir em alta em setembro, acompanhando a tendência dos valores recordes pagos aos produtores em agosto. O Boletim Agropecuário mostra que, segundo o Ibge, o alimento enfrentou uma queda de produção no primeiro semestre, especialmente em maio e junho. “É certo que esta redução na oferta interna contribuiu para as elevações dos preços dos lácteos e dos preços recebidos pelos produtores a partir de julho”, avaliam os analistas no documento.

Nas duas primeiras semanas de setembro, os preços do boi gordo tiveram alta de 4,4% na média de Santa Catarina, na comparação com agosto. Quando se comparam os preços estaduais com os praticados em setembro de 2019, a variação é ainda mais expressiva: 41,4%. A baixa disponibilidade de animais prontos para abate e do bom fluxo das exportações brasileiras da proteína justificam a alta. Na avaliação da Epagri/Cepa, essa tendência deve se manter nos próximos meses.

Em agosto, Santa Catarina exportou 50,80 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos), queda de 1,1% em relação ao mês anterior, mas alta de 55% na comparação com agosto de 2019. O faturamento de agosto foi de US$ 109,32 milhões, crescimento de 5,7% em relação ao mês anterior e de 56,8% na comparação com agosto de 2019. Esse valor representa o segundo melhor resultado mensal das exportações catarinenses de carne suína, atrás apenas de maio passado. No primeiro semestre, o Estado exportou 345,99 mil toneladas de carne suína, com faturamento de US$ 758,58 milhões, altas de 27,5% e 40,1%, respectivamente, quando comparado ao mesmo período de 2019. Santa Catarina foi responsável por 51,3% das receitas e 51,7% da quantidade de carne suína exportada pelo Brasil este ano.

O volume de frangos catarinenses exportados em agosto caiu 6,2% em relação a julho e 14,1% na comparação com agosto de 2019. No mês que passou Santa Catarina exportou 78,36 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada). As receitas foram de US$ 117,29 milhões, queda de 4,3% em relação ao mês anterior e de 29,4% na comparação com agosto de 2019. De janeiro a agosto, Santa Catarina exportou 656,75 mil toneladas de carne de frango, com faturamento de US$ 1,03 bilhão, quedas de 28,6% em quantidade e de 35,5% em valor na comparação com o mesmo período de 2019. Por outro lado, os preços do frango vivo aumentaram 1,4% em setembro em relação a agosto, e 17,0% na comparação com setembro de 2019. Contudo, uma das preocupações do setor é a elevação nos custos de produção, principalmente em razão do aumento no preço do milho e do farelo de soja, principais componentes da ração.

Grãos

Preços do arroz em casca continuam em alta, e o mercado externo também segue aquecido, com aumentos significativos das exportações estaduais. A estimativa inicial da safra 2020/21 aponta para manutenção da área plantada e redução da produtividade e produção.

Os preços do feijão continuam em alta, devido à pouca oferta do produto no mercado. Em agosto, o preços do feijão-carioca catarinenses teve alta de quase 9% e o feijão-preto alta de 1,73%. Em todo estado, cerca de 4% da área a ser destinada ao plantio de feijão 1ª safra já foi semeada. A ocorrência de chuvas, intercaladas com períodos com menor precipitação, tem favorecido o desenvolvimento da cultura na maioria das regiões produtoras.

Os preços do milho grão permanecem fortalecidos. Em agosto, o preço médio mensal pago ao produtor em Santa Catarina foi de R$48,68 a saca de 60kg, 10,6% superior ao de julho e 34,3% superior ao de agosto de 2019. Esse comportamento contraria uma tendência histórica de retração nesta época, marcada pela colheita da segunda safra nacional, que representa 70% do total produzido no Brasil.

A área de cultivo de milho para fins de silagem tem apresentado um crescimento expressivo em Santa Catarina. Segundo os levantamentos da Epagri/Cepa, a área passou de 120.600ha em 2013/14, para 222.424ha na estimativa inicial da safra 2020/21. Isso representa uma taxa de crescimento superior a 10% ao ano. As regiões de Concórdia, Chapecó e São Miguel do Oeste concentram 60% da área cultivada no Estado.

A expectativa do rendimento da soja catarinense para a safra 2020/21 é de recuperação de 6,8% em relação ao período agrícola anterior, que enfrentou redução em função da estiagem. Na safra que se inicia, o prognóstico de produção total é de 2,45 milhões de toneladas. Os preços apresentam forte elevação no Estado. Em agosto os preços da soja catarinenses apresentaram reação de 9,6% frente a julho. Nos últimos doze meses a alta foi de 40,7%.

Os preços pagos ao produtor de trigo tiveram alta de 1,63% em Santa Catarina, em relação a julho. Na comparação com agosto do ano passado, os produtores estão recebendo cerca de 32% a mais. No campo, o trigo vem apresentando excelente desenvolvimento em todas as regiões produtoras, com 94% das lavouras em boa condição e apenas 6% em condição ruim.

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