Semeaduras de arroz avançam no Leste e atingem 10% da área no Uruguai

 Semeaduras de arroz avançam no Leste e atingem 10% da área no Uruguai

Arroz no Uruguai começa a emergir com semeadura do cedo

Estima-se que o cereal ocupará cerca de 130 mil hectares neste ano.

Praticamente 10% da área de arroz na bacia oriental do Uruguai já foi plantada, enquanto no norte os produtores esperam melhorar o nível de água nas barragens para iniciar o plantio na safra 2020/21. 

A bacia do arroz oriental é composta por Treinta y Três, Cerro Largo, Rocha e parte de Lavalleja. A zona norte é formada por Artigas, Salto e Tacuarembó.

“No leste, o plantio começou mais cedo para aproveitar as melhores condições climáticas e ter maior disponibilidade de água. No norte, onde a área também será menor, os arrozeiros esperam para plantar na data ótima e aproveitar as últimas chuvas ”, explica Alfredo Lago, presidente da Associação dos Arrozeiros (ACA). Em anos normais, as semeaduras de outubro acabam sendo melhores que as de setembro.

Lago estimou que a área total a ser plantada com o cereal nesta nova safra será de 130.000 hectares em comparação com os 140.000 hectares que chegaram no ano passado. Se mais chuvas se materializarem, “haveria tempo de fazer aqueles 5.000 ou 10.000 hectares que estão em espera” e isso pode ser semeado rapidamente.

“Estamos todos muito entusiasmados para fazer uma boa semeadura e poder ter um bom ano”, disse o presidente da ACA.

O negócio

Nos negócios, hoje o grande comprador é o Brasil, onde a pandemia Covid-19 obriga a garantir o consumo com importação.

“O Brasil continua muito dinâmico nas compras e quase todos os negócios são feitos com este destino”, explicou o chefe da ACA, com base em dados fornecidos pela indústria ao sindicato.

Nos últimos anos, o Uruguai vendeu 12% de seu arroz ao Brasil e é provável que este ano seja vendido entre 20% e 25% da safra total.

“Quando o arroz pode ser colocado na região, é preciso aproveitar essa oportunidade para gerar comércio dentro do bloco e melhorar o setor primário, que é o que tem sofrido nos últimos anos”, disse Lago ao El País dias atrás.

Paralelamente, os exportadores de arroz também cumprem seus compromissos comerciais com o México – um mercado de alto valor – e com o Peru, outro tradicional importador de arroz uruguaio ao longo do ano.

No que se refere ao Brasil, o setor produtivo do Mercosul continua atento à ameaça do governo brasileiro que anunciou a eliminação temporária da Tarifa Externa Comum para os cereais (é de 12%), o que favorecerá a entrada de produtos de fora da zona. A decisão foi comunicada há várias semanas pela titular do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Teresa Cristina. É tratada como data final o mês de dezembro.

A Federação das Associações de Produtores de Arroz do Rio Grande do Sul (Federarroz) expressou sua "decepção absoluta e total" com a demanda apresentada junto ao Poder Executivo Federal para a retirada temporária da Taxa Externa Comum (TEC) ". Mesmo assim, a decisão do governo persiste.

Ausência

Até o momento, neste ano, a indústria arrozeira uruguaia não conseguiu realizar negócios significativos com compradores de países do Oriente Médio, tradicionais clientes. “Já foi vendido algo para a Turquia, que representa 5% de todos os destinos de exportação, não é negócio com o Iraque, que fica com 30% da safra”, acrescentou Lago.

O Iraque ainda não comprou arroz da região neste ano e está sendo abastecido pelos Estados Unidos, outro grande produtor mundial. O Uruguai espera poder fechar negócios em volume com os países do Oriente Médio, embora tenha que esperar a próxima safra para completar esses embarques e conseguir preços melhores. 

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