La Niña deve provocar nova estiagem no Rio Grande do Sul
De acordo com boletim do Copaaergs, a tendência é haver menor quantidade de chuvas e temperaturas mais elevadas entre novembro de 2020 e março de 2021.
Há risco de estiagem em todas as regiões do Rio Grande do Sul nesta primavera e verão, com maior intensidade em novembro deste ano. O motivo é o fenômeno natural La Niña, que pode reduzir chuvas e aumentar a temperatura do ar. A previsão foi divulgada no Boletim do Conselho Permanente de Meteorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs) e reforçada pela MetSul Meteorologia, que prevê estiagem e avalia que o fenômeno já começou em regiões como o Noroeste e Norte do Estado.
O relatório está em acordo com a atualização divulgada pelo Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA), as análises indicam que o La Niña poderá ter intensidade de moderada a forte no Brasil. Anteriormente, o NOAA apontava para um La Niña com intensidade fraca em 2020.
"As últimas previsões de vários modelos, incluindo o NCEP CFSv2, sugerem a probabilidade de um La Niña moderado ou mesmo forte durante o pico da temporada de novembro a janeiro", destacou o NOAA em seu anúncio oficial. A atualização da administração americana muda o padrão do que era previsto em 10 de setembro, quando o NOAA divulgou oficialmente o retorno do fenômeno.
Em razão disto, recomenda-se o monitoramento de recursos hídricos, mesmo em regiões onde, nos últimos meses, houve chuvas acima da média. O documento também listou uma série de orientações técnicas para as culturas do período:
Culturas de outono-inverno produtoras de grãos (trigo, aveia, cevada)
Independente do prognóstico climático de precipitação pluvial abaixo da média no período, monitorar a ocorrência de doenças e pragas e observar se há necessidade de aplicações de defensivos agrícolas. Não descuidar do momento da colheita, colhendo tão logo seja possível;
Os produtores devem providenciar a revisão das colhedoras e acompanhar a previsão do tempo para colheita.
Arroz
Considerando que a disponibilidade de água nos reservatórios não está na capacidade máxima e o prognóstico aponta redução de chuvas no trimestre outubro-novembro-dezembro, dimensionar a área a ser semeada conforme a disponibilidade de água;
Dar continuidade à adequação das áreas que ainda não estão preparadas para possibilitar a semeadura na época recomendada pelo zoneamento agrícola, de forma a aproveitar as melhores condições de radiação solar e evitar as temperaturas baixas no período reprodutivo da cultura;
Escalonar a época de semeadura de acordo com o ciclo da cultivar, primeiro as de ciclo longo, seguidos das de ciclo médio e precoce;
Para as semeaduras até meados de outubro, quando a temperatura do solo é baixa, atentar para que a profundidade de semeadura não seja superior a 2 cm, a fim de evitar redução no estande de plantas e a consequente desuniformidade no estabelecimento inicial da cultura.
Culturas de primavera-verão produtoras de grãos (milho, soja, feijão)
Escalonar a época de semeadura e utilizar genótipos de diferentes ciclos ou diferentes grupos de maturação para evitar eventuais perdas em função de deficiência hídrica no período crítico, sempre respeitando o zoneamento agrícola;
Para cultura de milho e feijão iniciar a semeadura quando a temperatura do solo, a 5 cm de profundidade, estiver acima de 16°C e houver umidade adequada do solo;
Para cultura da soja somente iniciar a semeadura quando houver umidade adequada do solo;
Tratando-se de plantio direto, fazer o manejo de culturas de inverno voltadas para a proteção do solo e manutenção da umidade no solo;
Considerando o prognóstico de baixa precipitação no trimestre outubro/novembro/dezembro, se possível, irrigar sempre que necessário. Dar preferência à irrigação nos períodos críticos da cultura (florescimento – enchimento de grãos);
Para o cultivo da soja em terras baixas é indispensável a drenagem. Entretanto, em anos de estiagem, é importante atenção quanto ao manejo da irrigação, pois os solos são rasos e argilosos.