Os preços do arroz estão voltando ao normal?

 Os preços do arroz estão voltando ao normal?

Mais produto e menor demanda no mercado geraram deflação no arroz em fevereiro

Os preços do arroz estão começando a ceder. O IBGE mostra que o cereal, apesar de amargar uma inflação de quase 70% em 12 meses, teve queda de 1,52% em fevereiro.

Os preços do arroz estão começando a ceder. Dados do IBGE mostram que o cereal, apesar de ainda amargar uma inflação de quase 70% em 12 meses, teve queda de 1,52% em fevereiro
A retração está ligada principalmente à retirada do auxílio emergencial, já que o benefício foi um dos fatores que estimulou a alta da demanda de alimentos
A forte alta de importações e a queda de exportações no primeiro bimestre do ano também vem ajudando nesse início de normalização dos preços do produto

É fato que a crise do coronavírus foi especialmente cruel com o arroz. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quinta-feira (dia 11) mostram que o cereal, essencial na mesa do brasileiro, foi o terceiro item do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) que mais subiu nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro, com alta de 69,8%.

Os números mostram, entretanto, que esses preços, apesar de ainda distantes do patamar de antes da pandemia, começaram a se normalizar neste início de ano. Em fevereiro, o produto teve deflação de 1,52%, segundo o IBGE, movimento que também foi capturado em pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (APAS).

Essa retração está ligada principalmente à retirada do auxílio emergencial, já que o benefício foi um dos fatores que estimulou a alta da demanda de alimentos. Tanto que, em fevereiro, o grupo “alimentação e bebidas” do IPCA desacelerou a alta: de 1,02% de expansão de preços em janeiro para 0,27% em fevereiro.

Além do arroz, tiveram queda de preços a batata-inglesa (-14,70%), o tomate (-8,55%), o leite longa vida (-3,30%) e o campeão de alta nos últimos 12 meses, o óleo de soja, que caiu -3,15% no mês passado mas que ainda amarga uma alta de 87,59% no acumulado dos últimos 12 meses.

“A desaceleração dos alimentos pode ter a ver com o fim do auxílio emergencial, reduzindo a demanda por produtos como o arroz”, disse o gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov.

Exportações em queda, importações em alta

No caso particular do arroz, outro fator que influencia esse início de normalização de preços é o comércio exterior do produto em janeiro e fevereiro. Dados do Ministério da Economia mostram que as exportações do cereal caíram 27%, em valor, e 40%, em volume, na comparação com o primeiro bimestre do ano passado. Já as importações subiram 94% (em valor) e 54% (em volume) na mesma comparação.

O fato de haver mais arroz no mercado foi um ponto destacado pela APAS, que representa os supermercados paulistas, na divulgação do seu Índice de Inflação dos Supermercados, indicador que apontou que o cereal teve em fevereiro sua primeira deflação em 14 meses, com 4% de queda.

“Em janeiro houve a importação de 131 mil toneladas de arroz frente a 21 mil toneladas exportadas, a menor quantidade embarcada pelo país desde 2010. Isso demonstra que o mercado se aproximada da normalidade, já que o Brasil não é exportador natural do produto e a oferta de arroz já se mostra abundante no mercado exterior. A expectativa é de que novas quedas aconteçam nos próximos meses”, afirmou Ronaldo dos Santos, presidente da entidade.

2 Comentários

  • Como esse pessoal do centro do pais fala besteira! Cada vez mais o produtor gaucho está plantando soja e reduzindo areas de arroz. Se o preço do arroz subiu 70% nas prateleiras, os custos de produção subiram 50% ao produtor. Tudo subiu mais uma vez, alias tudo subiu na frente! E se seguir a exploracao da industria e varejo ano que vem reduziram mais área! O preço do arroz justo! É algum valor entre 90 e 100 em função dos custos de produção! Acima disso é especulação e abaixo é exploração! Precisamos jornalismo de qualidade!

  • Querer q o preço volte antes pandemia pode ser uma utopia, pq a inflamação está a caminho, dólar alto e injeção de dinheiro desenfreado no mercado. Nada será como antes com essa guerra biológica, onde o mercado agora é vacinas e a fome, onde dera trabalhar pra se alimentar, pq o resto é secundário…

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