Chuva seguirá abaixo da média em abril
Atualmente, ainda estamos sob La Niña, mas um fenômeno que caminha para seu ocaso.
Temperatura da Superfície do Mar
Atualizado em 11 de março de 2021, a Agência de Meteorologia e Oceanografia Norte Americana (NOAA) manteve em 60% a chance do atual fenômeno La Niña enfraquecer a ponto de se tornar neutro durante o outono do Hemisfério Sul (entre abril e junho). Até o mês passado, no entanto, algumas simulações americanas, como o CFSv2, indicavam uma chance de manutenção do fenômeno durante o ano.
Atualmente, ele vem seguindo o cenário descrito pela NOAA com o desvio da temperatura do Pacífico entre 0°C e valores acima de -0,5°C, considerado neutro. Em nenhum momento, pelo menos até novembro, há previsão de desvios positivos de temperatura, indicando que, apesar do término do atual La Niña, o oceano permanecerá sob águas levemente mais frias que o normal.
As previsões mais consistentes com o término do La Niña acontecem por conta da temperatura do Pacífico em profundidade. Uma grande massa de água mais quente que o normal, entre 150 e 200 metros de profundidade, avançou rapidamente do Oeste para Leste no fim de fevereiro. Atualmente, ela está chegando a 150 graus Oeste, e esse avanço está fazendo com que a temperatura em superfície aumente rapidamente. Por isso, a NOAA afirma que, atualmente, ainda estamos sob La Niña, mas um fenômeno que caminha para seu ocaso.
Pensando na distribuição da chuva para abril, maio e junho, a simulação probabilística da Universidade de Colúmbia (IRI) indica chuva inferior à média para a Região Sul, Mato Grosso do Sul, Leste e Norte do Nordeste, Leste da Região Norte e acima da média no Sudeste, Bahia, Goiás, Acre, Amazonas, Oeste do Pará e parte de Mato Grosso.
A chuva acima da média entre o Sudeste e Centro-Oeste aconteceria muito por conta de frentes frias mais ativas em junho. A chuva prevista para abril e maio deverá ficar abaixo da média nas duas Regiões. Além disso, há previsão de frio mais frequente no Centro e Sul do Brasil entre a segunda quinzena de maio e o mês de junho.
Temperatura – Previsão Geral
Com a ausência de chuvas durante um longo período de tempo, o mês de abril terá temperaturas acima da média climatológica, de maneira geral. A queda mais acentuada nas temperaturas para o outono será vista na segunda quinzena de abril, quando geadas devem acontecer na Campanha Gaúcha e áreas mais elevadas do Estado. A partir da segunda quinzena de maio, aumenta-se a chance de geadas mais amplas.
Precipitação – Previsão Geral
O mês de março termina com chuva abaixo da média entre o Oeste e Norte gaúcho, assim como na Região Metropolitana de Porto Alegre. A cidade de Iraí registrou chuva de apenas 44mm durante março, representando somente 37% da média climatológica.
Por outro lado, entre o Noroeste, boa parte da Serra e também na região Sul, a chuva ocorreu de forma volumosa, fechando o mês de março com desvio positivo de precipitação, com acumulados com mais de 100mm acima do esperado. Isso se deu por conta da formação de ciclones extratropicais no Uruguai, deixando as instabilidades concentradas especialmente na metade Sul do estado. Segundo os dados do INMET, a cidade em que mais choveu no Estado foi Rio Grande, com 237mm (161% acima do normal).
Abril é, naturalmente, um mês com baixos acumulados de chuva. Para esse mês, a expectativa é de chuva abaixo da média histórica para em praticamente todo o território gaúcho. A primeira quinzena do mês será de predomínio de tempo firme, sem um evento significativo de chuva, apenas com acumulados em torno dos 10mm em áreas do Norte, Litoral e Extremo Sul do Estado. A precipitação mais intensa acontecerá na segunda quinzena, com acumulados entre 50-70mm, com maiores volumes na metade Norte gaúcha.
Ainda assim, abril termina com chuva abaixo do esperado. Isso porque a Região Sul do país ainda sente os efeitos do La Niña, mesmo que o fenômeno já esteja enfraquecido, tendendo para uma fase de neutralidade. No mês de maio, há previsão de chuva abaixo da média novamente. A precipitação mais volumosa deverá acontecer sobretudo no segundo e terceiro decêndio do mês. Em junho, as precipitações devem ocorrer de forma mais significativa, com um evento em cada quinzena.