Mudando as regras para vender arroz

Autoria: Renato Caiaffo da Rocha *.

Os produtores de Santa Vitória do Palmar adotam estratégia conjunta para driblar a “tabela” adotada pelo setor industrial da Zona Sul, que impõe normas muito mais rigorosas do que as previstas na Instrução Normativa 12, objetivando rebaixar o preço aos produtores na hora da comercialização. Ações como essa exigem reação dos produtores, e uma delas é a mudança de regras na hora de vender.

Uma excelente notícia e alternativa chegou ao mercado e aos arrozeiros na semana passada e merece nosso registro. Trata-se do resultado de venda de 100% das 17.820 sacas ofertadas em leilão privado de arroz realizado pela Bolsa Brasileira de Mercadorias, Expoente Corretora e a Agropecuária Aguiar, com produto depositado em Santa Vitória do Palmar. A média ponderada de fechamento, para o arroz em casca, longo fino tipo 1, safra 2009/2010, com renda total de 69%, foi de R$ 27,01 a saca de 50 quilos, livre para o produtor, eliminando assim o deságio atual, na faixa de 5 a 10%, que acaba penalizando o agricultor.

Exercitando o referido negócio, e se consideramos o preço obtido (R$ 27,01) mais o frete até Pelotas (1,30 p/saco), e um deságio médio (7%) que não foi aplicado, resultaria em R$ 30,20 por saca. O  valor está bem acima dos preços praticados pelas indústrias da região, que oscilam entre R$ 27,00 e R$27,50 posto em Pelotas.

Portanto como vimos a venda na Bolsa de Mercadorias, por meio dos leilões eletrônicos, é um mecanismo que deve ser melhor e mais aproveitado pelos arrozeiros. O produtor consegue ofertar lotes de arroz para indústrias de todo o Brasil, pois a BBM esta interligada com outras bolsas, e com um maior número de compradores/interessados se consegue obter valorização superior à negociação restrita a uma empresa, como se faz tradicionalmente.

Além disso, o próprio agricultor define os parâmetros e critérios do seu produto, e não a indústria. Nesse caso específico, todos os lotes foram negociados como umidade até 13%, impureza até 2% e demais parâmetros constantes na IN 12, diferentemente do que vem acontecendo atualmente, quando o produtor vai negociar diretamente com a indústria da região e na maioria dos casos é reduzido a umidade e zerados a impureza, vermelho, amarelo, gessado e outros parâmetros, sem a devolução destes defeitos para o produtor, e ainda depreciando o valor do “grão puro” que resta, após retirada dos defeitos, que deveria valer pelo menos mais 10% no mercado, pela qualidade e excelente padrão finais.

É importante que o arrozeiro entenda esse mecanismo e saiba que a oferta, via Bolsa, assegura liquidez, transparência na negociação e segurança de pagamento pelo produto ofertado. É um dos mecanismos que devemos utilizar com mais freqüência para comercializar o arroz, dentro da atual conjuntura, resultado em valores mais justos e adequados aos atuais custos de produção.

Saudações Arrozeiras!

* Renato Caiaffo da Rocha é Economista e presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).

5 Comentários

  • O mairo problema é que as Industrias com suas marcas lideres de mercado é que determina os preços de compras e de vendas, são três ou quatro empresas que mandam no segmento, as grandes Coop. já não tem muito interese em industrializar e vender fardos, o negocio é esperar as Grandes marcas chegarem e ……………..

  • Realmente existe um dominio das grandes marcas que prejudicam inclusive as vendas para os menores.Vamos ver o que acontece

  • Sofremos de varios problemas, em minha região ainda existe a figura do corretor de arroz, que ganha o dele, a industria (3, que são de fora do estado e são as unicas que, pelo menos não atrasão pagamento), o atacado e então o varejo, é muita gente ganhando dinhreiro entre o produtor e o consumidor final!
    E alguem poderia me dizer, por que para o consumidor o preço não baixa ?? Pelomenos não da mesma forma que para nos! Quem fica com essa diferença?

  • nos vamos continuae sofrendo ate morermos se nos nao se cosientisar qe tmos qe fasrs 3 cortes de lavoua pa baichar nossos custos mas tambem temos qe nao deichar vim de fora isso e muito fasil se realmete a clase se unir nos vamos ter produto so de primera ai a industra vai vir anos nao nos irmo a ela meu pai plantava 40qq e somos 11 irmaos viva do bom e do melhor agora
    se planta 200 /300/500 qq e pegando dinheir aqi e ali so pra tapa furo dum banco e deotro.nao sei se to serto mas acredito qe sim obrigado

  • Para o sr. NARDEL NUNES = EU ATÉ CONCORDO COM AS COLOCAÇÕES
    FEITAS POR ESTE PRODUTOR, POIS SEI MUITO BEM DE TODAS AS DIFICULDADES QUE OS PRODUTORES ESTÃO ENFRENTANDO NESTE MOMENTO, POIS ESTOU HÁ MAIS DE 30 ANOS NA ATIVIDADE E, ALGUMA COISA A GENTE SABE. SÓ QUERO DIZER AO SR. NARDEL QUE SOU OPERADOR DE MERCADO (CORRETOR DE ARROZ) SÓ FAÇO ISTO E, ASSIM COMO OS DEMAIS COLEGAS ESTAMOS TAMBÉM SENTINDO NA CARNE A DIFICULDADE DOS PRODUTORES E, A NOSSA TAMBÉM E, FINALMENTE DIZER AO SR. NARDEL, QUE NÓS SOMOS FACILITADORES DE NEGÓCIOS E, EXISTE EMPRESAS QUE SÓ COMPRAM ATRAVÉS DOS CORRETORES, PORQUE SÃO ELAS QUE NOS PAGAM, ENTÃO NÃO É BEM ASSIM (ganha o dele) OS CORRETORES TAMBÉM PAGAM IMPOSTOS E, MUITOS IMPOSTOS PARA TRABALHAREM HONESTAMENTE E, ATENDEREM AS DEMANDAS DAS DUAS PONTAS, DA INDUSTRIA E DO PRODUTOR. ERA
    ISTO. OBRIGADO – VITALINIO GUEDES

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