Baixa disponibilidade de arroz dará forte suporte aos preços no 2º semestre
Autoria: Marco Aurélio Marques Tavares, administrador de Empresas, produtor rural, consultor e diretor de Mercados da Federarroz.
Com a queda expressiva na safra gaúcha, considerando quebra na produção superior a 1,2 milhão de toneladas em relação à temporada anterior, e com o forte impacto na safra nacional, haverá uma significativa mudança no perfil da oferta e da demanda no Rio Grande do Sul, estado que representa 70% da produção brasileira. Assim sendo, com base nos números oficiais do primeiro quadrimestre do ano safra podemos fazer a seguinte previsão para a atual temporada comercial:
(1.1) OFERTA:
1) Produção estadual: 7.240.000 t (Irga); Quebra técnica; (- 72.000 t)
2) Estoque Inicial: 526.000 t (Conab)
3) Importações (RS): 29.623 t (MDIC)
Suprimento Total: 7.723.489 t
(2) DEMANDA (Março a Junho/2019):
2.1)Beneficiamento/Saídas do casca: 2.516.000 t
2.2) Disponibilidade p/ Sementes: 115.000 t
2.3) Exportações (RS): 199.500 t (desconsiderados os quebrados)
Esta demanda totalizaria, até 30/06/2019, 2.631.000 te restaria 5.064.000 t para a comercialização nos próximos oito meses (ou 70% as safra, nas mãos da indústria e do produtor).
Projetando que a média de beneficiamento/saída de arroz em casca se mantenha em torno de 620 mil t/mês, e considerando, um mesmo volume para exportação e importação ( que se neutralizam), os estoques finais em 28/02/2020 seriam mínimos, e adicionando os estoques públicos (25 mil t), o estoque de passagem no Rio Grande do Sul giraria em torno de apenas 50 mil toneladas, ou seja, menos de 10% dos estoques iniciais do atual ano-safra.
Portanto, esse cenário de oferta apertada no 2º semestre, indiscutivelmente, irá mudar drasticamente a atual conjuntura de preços no mercado interno, atualmente de baixa liquidez e pouco interesse comprador.
A mesma sistemática foi utilizada para a safra passada, considerando as mesmas fontes de dados e critérios, e os números finais (estoques) fecham com os números levantados nos estoques privados, pela Conab, o que sustenta o posicionamento otimista.
1 Comentário
Então a tendencia é de alta?