A chegada de La Niña
Próxima safra terá novo viés climático, que indica chuvas abaixo da média.
O último fenômeno climático La Niña aconteceu entre 2010 e 2011. Para os que consideram difícil haver uma mudança tão rápida de um fenômeno para outro, Etchichury lembra que os El Niños de 1997/1998 e de 1982/1983, considerados tão fortes como o atual, também foram substituídos por um La Niña no segundo semestre. “O clima sinaliza muitas variações em 2016. Os produtores precisam ficar atentos a estas variações, pois as condições de desenvolvimento das lavouras devem ser diferentes das observadas nos últimos anos. Em 2016, cada estação do ano estará sob a influência de um fenômeno climático diferente”, aponta.
Para o meteorologista Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia, os efeitos do El Niño ainda devem continuar sendo sentidos durante o primeiro semestre de 2016. “As chuvas na região sul devem seguir acima da média no inverno e só devem enfraquecer em junho ou julho”, estima.
Devido ao enfraquecimento do El Niño e uma tendência de resfriamento das águas do Oceano Pacífico, os modelos de projeção sinalizam para uma possível formação da La Niña durante a primavera de 2016. “Contudo, ainda é muito cedo para diagnosticar a sua intensidade. Mas é fato que o inverno de 2016 e toda a safra 2016/17 deverão ocorrer sob uma condição climática bem diferente da ocorrida nas últimas duas safras”, acrescenta o meteorologista Marco Antonio dos Santos.