A diversificação a serviço da lavoura

 A diversificação a  serviço da lavoura

Novidades: pesquisa libera seus resultados à orizicultura

Novas cultivares de arroz
e rotação de culturas são destaques no Dia de
Campo Estadual do Irga
.

Com um público estimado em mais de mil pessoas, entre produtores, estudantes e lideranças ligadas ao setor de 95 municípios gaúchos, o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) realizou no dia 5 de fevereiro, na Estação Experimental do Arroz, em Cachoeirinha, o seu Dia de Campo Estadual, que este ano teve como tema “Tecnologia e a diversificação a serviço da lavoura arrozeira”.

Além do presidente do Irga, Cláudio Pereira, e do diretor técnico do instituto, Sérgio Gindri Lopes, participaram do Dia de Campo Estadual o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon, e o gerente de projetos do Brazilian Rice, André Anele. Mainardi elogiou o trabalho apresentado pelos técnicos do Irga, além de destacar as políticas públicas do governo estadual que deram estabilidade à lavoura de arroz, que era a mais instável entre as demais culturas. O secretário também comemorou o resultado das últimas três safras, que foram menores, mas com preços mais justos pagos ao produtor.

O Dia de Campo Estadual promovido pelo Irga na Estação Experimental de Cachoeirinha é o mais tradicional evento difusor de tecnologias para o cultivo irrigado no Brasil e apresenta aos rizicultores as evoluções de manejo, resultados de aplicações de insumos, novas variedades, sistemas de cultivo alternativos, máquinas e pós-colheita, além dos controles de pragas, doenças e invasoras. Estas tecnologias também são propagadas por um conjunto de dias de campo regionais e municipais, por meio das coordenadorias regionais e núcleos de assistência técnica e extensão rural (Nate’s).

QUESTÃO BÁSICA
O evento, cujo roteiro incluiu a visita a sete estações experimentais, foi idealizado com o objetivo de divulgar as ações desenvolvidas pelo instituto desde a última safra, principalmente os projetos de rotação de culturas com o arroz irrigado, além da apresentação de três novas cultivares: Irga 429, Irga 430 e Irga 424 RI.

TECNOLOGIA

Dia de Campo Estadual em sete estações

Na primeira estação, sobre manejo integrado de doenças em arroz, os pesquisadores Gustavo Daltrozo Funck e Felipe Matzembacher abordaram o programa de melhoramento genético do Irga na busca de resistência, principalmente as relações entre planta e o clima, o controle de enfermidades por práticas culturais, importância do uso de sementes sadias, adubação equilibrada, lâmina d’água uniforme, época de aplicação de fungicidas, grupos químicos e tecnologia de aplicação.

Funck observou que a maioria das doenças na lavoura é causada por fungos, mas, se for por vírus, o controle é mais difícil. “Portanto, é fundamental o diagnóstico correto da doença”, frisa. De acordo com Matzembacher, a melhor forma de combater é a prevenção, semear na época e promover a adubação equilibrada. A segunda estação, com os pesquisadores Anderson Vedelago e Cláudia Lange, enfocou a soja em rotação com arroz irrigado.“O manejo para alta produtividade engloba sistema de cultivo, época de semeadura, arranjo de plantas, escolha de cultivares, estratégias de controle de plantas daninhas, correção do solo e fertilização adequada”, frisa Vedelago.

Lange, por sua vez, avaliou o desempenho da cultivar Tecirga 6070RR, desenvolvida pelo Irga em parceria com a CCGLTec para a rotação com o arroz no estado. A pesquisadora apresentou a cultivar TEC 5718Ipro, para as áreas de rotação, tolerante aos herbicidas sulfonilureias.Na terceira estação, dedicada ao manejo do milho para alta produtividade, o pesquisador Rodrigo Schoenfeld e o consultor Paulo Régis da Silva mostraram a importância desta alternativa no controle de arroz vermelho e alternativa de renda.

Foram apresentados ensaios com os efeitos de diferentes doses de nitrogênio no desenvolvimento e produtividade do grão e o uso de diferentes densidades de semeadura. “O Irga trabalha com o cultivo com e sem microcamalhão; doenças, métodos de irrigação; densidade de plantas/ha e resposta à adubação nitrogenada. Na estação 4, os pesquisadores Roberto Weiler e Mara Cristina Lopes apresentaram as cultivares de arroz Irga 429, Irga 430 e Irga 424 RI, destacando as principais características agronômicas e fenotípicas e as contribuições potenciais à lavoura. “A Irga 429 é de ciclo médio, recomendada ao sistema pré-germinado. A Irga 430 tem ciclo precoce, com alta produtividade e qualidade de grãos, ideal à semeadura nos sistemas convencional, direto e cultivo mínimo. A Irga 424 RI, derivada da Irga 424, tolera herbicidas do grupo químico das imidazolinonas. Esta cultivar será alternativa para o controle do arroz vermelho”, comparou Mara.

A irrigação por sulcos foi o tema de Elio Marcolin, na quinta estação, com tubos janelados para maior eficiência de uso de água e menor custo com mão de obra. “A irrigação por sulcos, comparada a outros métodos, apresenta o menor custo em culturas de sequeiro em terras baixas e também se consegue boa eficiência de uso de água quando a irrigação por este método é bem manejada”, disse. O roteiro seguiu com o pesquisador Carlos Fagundes, que apresentou o programa RS Mais Grãos – Secagem e Armazenamento Sustentável de Grãos na Propriedade Rural. Ele falou que a secagem e armazenagem na propriedade rural oportuniza a comercialização, sem a necessidade de pagar tarifas a terceiros, investimento que tem linhas de crédito com juros baixos e se paga com a renda obtida pela própria armazenagem”.

Na última atividade do roteiro, os pesquisadores Felipe Gutheil Ferreira e Athos Gadea abordaram a produção de sementes da Irga 424 RI. Foi apresentado o processo de produção de semente genética e básica da cultivar e a estimativa de oferta do material para multiplicação na safra 2014/2015.

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