A dobradinha do sucesso

 A dobradinha  do sucesso

Clearfield® e Irga 422CL: inovação no controle de plantas daninhas

A parceria entre o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e a Basf resultou no desenvolvimento do sistema de produção Clearfield®, que utiliza a cultivar Irga 422CL. Essa variedade foi obtida por meio de retrocruzamento entre a cultivar Irga 417 e uma linhagem desenvolvida pela Universidade da Louisiana, nos Estados Unidos, conferindo-lhe resistência ao herbicida Only®, exclusivo para cultivares CL.

O sistema Clearfield® tem sido fundamental no controle do arroz-vermelho, uma das principais plantas daninhas da cultura. Sem essa tecnologia, grandes áreas de arroz estariam inviabilizadas devido à ocorrência dessa planta daninha, que pode causar perdas de até um milhão de toneladas de grãos por ano no Rio Grande do Sul.

Além disso, o Clearfield® contribuiu para o aumento da produtividade das lavouras, que passou de uma média de 5 mil kg/ha para aproximadamente 8 mil kg/ha nos últimos 15 anos, com mais de 80% das áreas de arroz no Brasil utilizando essa tecnologia. Atualmente, a Basf dispõe de sistema complementar, o Provisia®, que busca alongar a vida útil do modelo anterior.

Após o Projeto 10, foi lançado pelo Irga o Projeto 10+, em parceria com o Fundo Latino-Americano de Arroz Irrigado (Flar), com objetivo de reduzir as brechas de produtividade na lavoura gaúcha. A primeira missão foi diagnosticar as causas de algumas lavouras terem evoluído e estarem produzindo mais de 10 toneladas por hectare, enquanto muitas outras permaneciam na faixa de seis mil quilos por hectare. A partir de 2013, com a chegada do programa Soja 6000, também do Irga, a rotação de culturas ganhou expressão no mundo do arroz irrigado do Sul do Brasil. Então veio a pecuária e o milho.

O Projeto 10 do Irga representa um marco na evolução da orizicultura no Rio Grande do Sul, promovendo práticas agrícolas sustentáveis e tecnificadas que resultam em maior produtividade e eficiência. A parceria com a Basf e o desenvolvimento do sistema Clearfield® com a cultivar Irga 422CL reforçam a importância da inovação no setor, proporcionando soluções eficazes para o controle de plantas daninhas e contribuindo para a sustentabilidade da produção de arroz no estado.

Perspectivas futuras

Tecnologia: avanços pela sustentabilidade também dependem do mercado

O futuro da produção de arroz no Rio Grande do Sul está voltado para a sustentabilidade e inovação. A continuidade na adoção de tecnologias que promovam o uso eficiente dos recursos naturais, a integração de diferentes culturas e a busca por mercados internacionais são essenciais para manter a competitividade e garantir a segurança alimentar Em resumo, os últimos 25 anos foram marcados por desafios e conquistas na produção de arroz no estado. Com o apoio de instituições como o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e empresas privadas, o setor tem avançado rumo a uma produção mais eficiente, sustentável e integrada, consolidando-se como referência nacional e internacional

Enquanto a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) projeta a necessidade de praticamente dobrar a produção de arroz no mundo até 2050 para alimentar a população mundial crescente, o Brasil tem feito a sua parte para garantir o seu abastecimento e, também, o de diversos países do mundo com o cereal.

Ainda assim, a resiliência do arrozeiro frente ao clima e a diversos outros fatores e obstáculos tem sido desafiadora, mas não mais do que o próprio mercado de grãos. Fatores internos, estruturais, econômicos e externos afetam o arroz e o produtor como em nenhum outro segmento. Nos últimos 25 anos, o Rio Grande do Sul viu o número de produtores de arroz cair de quase 18 mil para menos de oito mil — e esse número diminui a cada safra.

Quando a Planeta Arroz lançou sua primeira edição, em maio de 2000, esse ainda era o número de agricultores no setor. Naquela época, era comum encontrar propriedades de 20 a 25 hectares cultivando arroz, com um carro popular zero quilômetro na garagem, filhos na faculdade e uma boa condição econômica. Hoje, nenhum arrozeiro gaúcho consegue sobreviver com dignidade cultivando uma área desse tamanho, mesmo com o salto na produtividade e os bons preços praticados após a pandemia até janeiro de 2025. Quem sobrevive nessas condições é um verdadeiro herói. E estaremos aqui para acompanhar e contar a história dele e de tantos outros que inspiram, pelos próximos anos da Planeta Arroz.

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