A hora da verdade
Em 2013, as exportações brasileiras superaram as importações, mas, para manter este status em 2014, o país precisa superar os velhos gargalos
.
O ano de 2013 foi positivo para as exportações brasileiras de arroz. De janeiro a dezembro, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foram embarcadas para o exterior 1.462.956 toneladas do cereal, volume que supera em mais de 200 mil toneladas as importações, que somaram 1.232.664 toneladas.
Com base neste desempenho, estima-se que o país também tenha ultrapassado a meta de 1,2 milhão de toneladas estabelecida pela Conab para o ano comercial agrícola correspondente ao período de 1º de março de 2013 até28 de fevereiro de 2014, cujos números finais só serão divulgados em março.
Para o vice-presidente de mercados e política agrícola da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Daire Coutinho, o aspecto mais importante desse saldo positivo é que, pela primeira vez, as exportações superaram significativamente as importações por influência do mercado, e não devido à ajuda de mecanismos do governo, como vinha ocorrendo anteriormente.
Segundo ele, a rentabilidade do arroz aos produtores e o equilíbrio entre oferta e demanda no mercado interno dependem basicamente das exportações. “Se exportarmos entre 1,2 e um 1,5 milhão de toneladas, anualmente, haverá um quadro de oferta e demanda mais ajustado e rentável e poderemos seguir investindo em ganhos por escala. É a forma encontrada pela cadeia produtiva para reduzir o impacto das importações do Mercosul, que têm grandes vantagens competitivas e subsídios indiretos para concorrer com o arroz brasileiro no mercado interno, bem como dar suporte a futuros avanços produtivos”, argumenta.