A lista do que os arrozeiros esperam o mais rápido possível do governo uruguaio

 A lista do que os arrozeiros esperam o mais rápido possível do governo uruguaio

ACA quer apoio do governo para ampliar a estrutura de produção e exportação

Líderes da Associação de Produtores de Arroz se reuniram com o presidente Lacalle Pou para levantar as necessidades de tarifas, logística e acordos comerciais .

Tarifas, logística e acordos comerciais são três grandes eixos temáticos que preocupam os produtores de arroz, tanto que foram considerados em reunião que tiveram com o governo. Integrantes da Associação dos Produtores de Arroz (ACA) se reuniram com o Presidente da República, Luis Lacalle Pou, e representantes de diversos ministérios para discutir a competitividade do setor e levantar a necessidade de reajuste nas tarifas, melhorias na logística e acordos comerciais internacionais.

A reunião contou com a presença da Ministra da Economia e Finanças, Azucena Arbeleche; o Ministro da Indústria, Energia e Minas; Omar Paganini; e o Subsecretário de Pecuária, Agricultura e Pesca, Juan Ignacio Buffa. Alfredo Lago, presidente da ACA, informou ao El Observador que o encontro foi solicitado para discutir a situação do setor, compartilhar as perspectivas da associação a médio e longo prazo e propor propostas que melhorem a competitividade.

Crescimento da área de arroz

“Entendemos que o setor vai seguir o caminho de crescer e aumentar a superfície, não este ano, mas já com vistas ao que seria em 2021. Em última análise, entendemos que isso trará melhorias nas exportações para o país. Se tivermos mais superfície, teremos mais volume produzido e, portanto, geraremos mais divisas em dólares por exportação. E isso tem relação direta com o tamanho do setor”, indicou.

Lago explicou que a ACA entende que as melhorias que o setor teve este ano, como a procura e a melhoria dos preços, se devem a situações "de fora". Por isso, no encontro eles levantaram três grandes linhas de trabalho, preocupados com a competitividade do setor: tarifas, logística e acordos comerciais.

Diesel: $ 6 menos por litro

A política tarifária preocupa os produtores de arroz, em particular o preço dos combustíveis. Do sindicato entendem que a redução do preço do diesel na paridade de importação deve ser aplicada a partir de 11 de janeiro, conforme resultado da Lei de Contraprestação de Urgência (LUC).

“Além do fato de que nosso objetivo era liberar as importações, não foi isso que o Poder Legislativo resolveu, mas entendemos que deve ser aplicado como está resolvido na LUC e inferior a R $ 6 por litro”, disse Lago.

Além do preço do combustível, a ACA pediu ao governo "uma melhor estruturação das tarifas de energia elétrica". Conforme relatado pelo presidente da associação, o sindicato já conversou com a diretoria da UTE para "conseguir gerar uma melhor estruturação em que consiste a composição do valor da tarifa de energia elétrica".

Caminhões que carregam mais

A estrutura das estradas, a busca por caminhões que carreguem mais toneladas por unidade e a melhoria das hidrovias foram outros pontos levantados no encontro. “Hoje no mundo os caminhões carregam 70 toneladas, aqui continuamos com 30 toneladas. O transporte ferroviário voltou a ser importante para o setor como no passado. Os portos hoje são uma saída cara. E apostamos que haverá avanços nas hidrovias do Rio Uruguai e da Lagoa Merín”, disse Lago, acrescentando que são coisas que tornam a competitividade de uma forma mais estrutural e mais relacionada à logística.

Acordos comerciais

Conforme detalhou o dirigente sindical, outro assunto que foi discutido no encontro com o governo tem a ver “com os acordos comerciais que o Uruguai deve aprofundar”. Nesse sentido, da ACA se propuseram trabalhar em acordos entre o Uruguai e países europeus com cotas e tarifas mais baixas, “além daquelas que podem vir um pouco mais adiante no tratado União Européia-Mercosul”.

Além disso, propôs-se trabalhar em acordos com os países da América Central, “que é um importante destino de médio prazo que acreditamos poder alcançar”.

Respostas do governo

Lago comentou que a relação da ACA com o atual governo não é nova e que as propostas apresentadas não são novidade para o Presidente da República, porque ele já as conhecia desde 2019, quando se reuniram durante o processo eleitoral.

Como disse, Lacalle Pou comunicou-lhes “que estão empenhados em fazer essas mudanças, talvez a diferença seja em que momento. Na questão do diesel, não sei se eles concordam em fazer no dia 11 de janeiro, entendemos que deve ser a data. Mas há uma coincidência entre o que propomos e o que o governo pretende fazer como objetivo e estratégia no médio prazo”.
Sobre a Ministra Arbeleche e as propostas que envolvem a modificação das tarifas públicas, Lago disse acreditar que concorda com os produtores que a modificação das tarifas faz parte da melhoria da competitividade, do desenvolvimento e do aumento das atividades produtivas; embora não coincida no momento em que as alterações são aplicadas.

Ele frisou que "houve um entendimento bom e receptivo por parte do governo", disse que do Poder Executivo coincidem com as propostas, embora não na hora de aplicá-las, e acrescentou que o sindicato fez "propostas realistas, sabendo o que Uruguai hoje como resultado desta pandemia. Solicitamos coisas que acreditamos ser possíveis”.

“Entendemos que há um ciclo mais favorável para o produtor e esperamos que isso se traduza em uma melhora para o país”, disse Lago.

Como está o setor de arroz?

O presidente da ACA destacou que a inauguração da safra 2020 coincidiu com a declaração de emergência sanitária, no dia 13 de março, e que desde então “as economias dos diferentes atores mudaram internamente, mas também tivemos mudanças a nível global”.
Segundo ele, este ano o setor arrozeiro teve uma demanda maior e apresentou melhores possibilidades de negócios.

Este ano foi colhida a menor área dos últimos anos, explicou Lago, em função do baixo plantio
ocorrido em 2019. Mas agora estamos vendo uma recuperação gradativa e pequena do tamanho do setor, que se enquadra "em uma adaptação econômico mais favorável”.

“A pandemia gerou mais demanda, os preços internacionais do arroz subiram e a situação do câmbio hoje está um pouco mais competitiva, então estamos otimistas. Entendemos que existe um ciclo mais favorável para o produtor e esperamos que isso se traduza em uma melhora para o país, pois nas regiões onde estamos, se você olhar o mapa, a fronteira com o Brasil é onde a reativação econômica é mais necessária”, concluiu Lago.

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