A tecnologia no seu lugar
Mais de 1.200 pessoas participaram do Dia de Campo do Irga
Em 2025, o Irga completa 85 anos gerando inovações para o mundo da rizicultura
A Estação Experimental do Arroz do Instituto Rio Grandense do Arroz (EEA/Irga) recebeu mais de 1.200 participantes no último dia 30 de janeiro, na retomada do seu tradicional Dia de Campo. O evento reuniu produtores, técnicos e autoridades do setor agrícola para discutir soluções inovadoras e sustentáveis para a produção em terras baixas.
Com o tema “A resiliência dos sistemas de produção em terras baixas”, a edição deste ano trouxe estações técnicas e oficinas voltadas ao manejo integrado de culturas, avanços em sustentabilidade e apresentação da nova genética desenvolvida pelo Irga. Uma das principais novidades foi o lançamento do Sistema Arroz RS14, que preconiza o uso do manejo e genética e técnicas desenvolvidas e aperfeiçoadas na última década para ampliar os objetivos de produtividade e qualidade do extinto Projeto 10.
O presidente do Irga, Rodrigo Warlet Machado, reforçou o compromisso da entidade com a pesquisa e a extensão. “O Irga sempre foi protagonista e, após uma reorganização necessária e a superação de uma série de obstáculos, nós estamos devolvendo essa percepção”, destacou Machado, ressaltando a importância da sustentabilidade e das boas práticas ambientais. “Mais uma vez, o Dia de Campo é um sucesso, cumprindo o seu papel de apresentar aos produtores o trabalho desenvolvido pela entidade”, afirmou.
Sustentabilidade
A iniciativa destacou práticas sustentáveis que integram diferentes culturas, além de inovações em manejo que visam preparar os produtores para desafios climáticos e ambientais. O evento reforçou o papel fundamental da pesquisa agrícola no desenvolvimento de soluções que garantam uma produção mais eficiente e equilibrada. Para Luiz Fernando Siqueira, gerente da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural, o Dia de Campo do Irga alcançou seus objetivos de agregar informações técnicas relevantes e avanços tecnológicos para os agricultores do Rio Grande do Sul. “É um evento indispensável para a rizicultura gaúcha”.
O que o Irga apresentou
Estação 1 – Diversificação de Sistemas de Produção em Terras baixas
A Estação 1 discutiu como a integração das culturas do arroz irrigado, da soja, do milho e de pastagens são os pilares para a agricultura moderna. Esses sistemas combinam práticas agrícolas avançadas, como irrigação e drenagem eficientes, uso de sementes certificadas com alta qualidade, adubação de sistemas, uso racional de agroquímicos e o manejo integrado de pastagens, com o intuito de maximizar a produtividade e a sustentabilidade.
As espécies de sequeiro em rotação e sucessão de culturas em terras baixas junto à pecuária, quando integrada aos sistemas de produção, proporcionam fontes adicionais de receita e oportunidade para comercialização dos produtos nos momentos de melhor preço. O arroz irrigado, por sua vez, é beneficiado, entre outros, pela supressão do banco de sementes de plantas daninhas e pelo manejo da resistência de plantas daninhas às imidazolinonas. Além disso, proporciona a diluição dos custos de preparo de solo, redução de custos com a colheita, otimização de máquinas/implementos e mão de obra, semeadura do arroz na época preferencial e maior produtividade de grãos.
A diversificação de sistemas de produção em terras baixas cria um ciclo sustentável que beneficia o meio ambiente e a economia local, garantindo maior longevidade da atividade rural, resultando na produção de alimentos de qualidade e no desenvolvimento econômico das regiões produtoras de arroz.
Estação 2 – Qualidade ambiental do agroecossistema do arroz irrigado
Nesta estação foram abordados os avanços na sustentabilidade da orizicultura no Rio Grande do Sul, destacando a qualidade ambiental em sistemas de produção integrados. Foi demonstrado como a maior eficiência produtiva, combinada com práticas conservacionistas de manejo do solo e rotação soja-arroz, promove benefícios ambientais significativos, incluindo a otimização do uso da água e a redução das emissões de metano por quilograma de arroz produzido. A Estação 2 também abordou aspectos fundamentais, como o manejo eficiente da irrigação, qualidade da água e aprimoramento da fertilidade do solo, evidenciando práticas que contribuem para uma agricultura mais sustentável.
Estação 3 – Genética IRGA: produtividade, qualidade e resistência À brusone
A terceira estação do Dia de Campo do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) teve apresentados os ensaios de rendimento das linhagens do Programa de Melhoramento Genético. Nessa vitrina, foram apresentadas as cultivares recentemente lançadas e as linhagens promissoras para os próximos lançamentos, enfatizando os pilares do programa de melhoramento, que são produtividade, qualidade e resistência à brusone. Também foi exposto o “túnel do tempo” formado com as cultivares que apresentaram maior importância para a lavoura e, neste segmento em particular, foi abordada a importância da resistência genética para as doenças do arroz, com ênfase na brusone, doença mais importante do sistema de produção de arroz no Brasil.