A união faz… Arroz

 A união faz… Arroz

Pillon: parceria pela orizicultura

Parceria entre Embrapa
e Irga acelera processos
de inovação e amplia os sistemas de produção
em terras baixas.

 Ao longo de 2015 a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estreitou suas relações institucionais com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) promovendo encontros que motivaram o grupo de trabalho a melhorar as condições da cadeia produtiva do arroz. Reuniões foram realizadas e ações cumpridas dentro da programação de eventos importantes como a Expoarroz, em maio, e o Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado, em agosto, ambos realizados em Pelotas (RS).

Desde o primeiro trimestre a agenda entre as instituições buscou fortalecer a parceria histórica ao focar nas oportunidades em nível estratégico (alinhamento de estratégias e agendas), tático e operacional (implementação de ações conjuntas). “Trata-se de duas instituições públicas de alto reconhecimento e que estão a serviço da sociedade, cada vez mais ávida por soluções inovadoras de alto impacto para as cadeias produtivas, em especial do arroz irrigado, por isso o simbolismo da parceria”, afirma o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Nailto Pillon.

Durante o ano reuniões de trabalho identificaram oportunidades para compartilhamento de agenda e atuação conjunta em pesquisa e desenvolvimento e transferência de tecnologia. “No momento a parceria se encontra na realização de reuniões de articulação institucional para que possamos fazer a convergência de agendas levantando questões importantes para a cadeia produtiva e que são consideradas lacunas técnico-científicas para que seja possível andar mais rápido na proposição de soluções”, comenta Pillon.

O objetivo dessa parceria está na necessidade de alinhamento de agendas e prioridades de pesquisa, onde surgem oportunidades de conhecimento, competências, infraestrutura e a inclusão de utilização de campos experimentais para dar um salto não somente na cultura do arroz, mas no ambiente de terras baixas. Com isso pretende-se fortalecer os espaços de atuação conjunta, não somente os aspectos científicos, mas as ações de transferência de tecnologias, e ampliar os sistemas de produção nas áreas de várzea.

RACIONALIZAÇÃO
Segundo Pillon, a racionalização de custos, o aceleramento do processo de inovação e o esforço conjunto das instituições para uma chegada mais rápida de alternativas tecnológicas ao setor são metas que se espera atingir dessa articulação institucional entre as unidades de pesquisa da Embrapa e do Irga. Um dos resultados dessa articulação é a validação da tecnologia Programa Graus Dia para a Cultura do Arroz, o GD Arroz.

O programa informatizado é um lançamento da Embrapa em parceria com a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e serve como ferramenta para estimar a data de ocorrência de cada estádio da cultura – eventos que ocorrem até a maturação completa e são determinantes para o desenvolvimento da planta. “Esse é um serviço inteligente que estamos dispondo ao setor e que foi feito em conjunto com toda a rede de escritórios do Irga em várias regiões do estado”, exemplifica Pillon.

A chefia da Embrapa considera alguns aspectos relevantes na cadeia produtiva do arroz relativos aos benefícios da qualidade nutricional e funcional que o consumo deste cereal representa, bem como a preocupação cada vez maior da sociedade quanto à segurança do alimento.

No âmbito do sistema de produção, Pillon aponta três aspectos a serem considerados: o desafio de trabalhar o conceito de eficiência dentro dos sistemas produtivos, notadamente a eficiência do uso da água, de nutrientes e da energia (através do uso racional de combustíveis fósseis) e o uso racional de agrotóxicos de forma a contribuir para a descarbonização da agricultura e manutenção e melhoria da qualidade ambiental e ao mesmo tempo racionalizar custos; o desafio de diversificação da matriz produtiva, onde o rizicultor passou a visualizar os seus benefícios técnicos para a ampliação da geração de renda, redução de riscos e custos, como é o caso da soja no RS, e ainda poder jogar com o mercado e aproveitar os melhores preços; e o terceiro, a exigência da sociedade em apresentar um produto de qualidade que respeite as condições ambientais e sociais e garanta ao consumidor um consumo com segurança em termos de inocuidade.

Agenda recente

A reunião mais recente entre as instituições parceiras aconteceu em dezembro de 2015 contando com a presença do presidente do Irga, Guinter Frantz, do diretor de pesquisa da instituição, Maurício Fischer, do chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas (RS), Clenio Pillon, e do chefe-geral da Embrapa Arroz Feijão, de Santo Antônio de Goiás (GO), Flávio Breseghello. O encontro contou com a participação de cerca de 20 pesquisadores que compõem a equipe de desenvolvimento de soluções tecnológicas para a cultura do arroz irrigado subtropical.

O evento teve como objetivo avançar na colaboração interinstitucional com a estruturação de um conjunto de ações coordenadas de interesse mútuo. Essa atuação se dará sobre três pilares: na área do conhecimento, com a integração de competências dos recursos humanos; na parte de infraestrutura, com o compartilhamento de instalações e serviços; e em capacitação, com o treinamento de multiplicadores de tecnologias.

NA PAUTA

No que tange ao compartilhamento do conhecimento foram discutidas, por exemplo, a colaboração para a caracterização de agentes causadores da doença brusone do arroz no Rio Grande do Sul, a condução de avaliações preliminares de linhagens, com variação de localidades e épocas de plantio, para verificar a adaptação de novos materiais, a identificação de novas fontes genéticas para resistência a herbicidas, o mapeamento da diversidade genética do arroz vermelho e a formação de um viveiro de linhagens para o lançamento conjunto de novas cultivares.

No que diz respeito à infraestrutura estão em discussão a estruturação de plataforma de fenotipagem de plantas para aumentar a tolerância a estresses abióticos (frio e calor) e o desenvolvimento de plataforma para avanço rápido de gerações de plantas, o que acelera o processo de obtenção de linhagens para proceder as avaliações a campo e o lançamento de novas cultivares.

Em relação à capacitação estão previstas atividades para atualização de técnicas para o manejo do brusone, fortalecimento do treinamento para melhoria da fixação biológica de nitrogênio no ambiente de terras baixas e para as tecnologias de integração lavoura-pecuária.

Os próximos passos contemplam a finalização do plano de trabalho conjunto e a efetivação das ações propostas. Estas ações serão acompanhadas pelos gestores do Irga e das unidades da Embrapa envolvidas ao longo dos próximos meses.

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