Abastecimento garantido

 Abastecimento garantido

Os motivos mais elementares para a área cultivada com arroz manter-se em trajetória de queda e alcançar a menor superfície semeada da história são três: a forte oscilação de preços e alta dos custos que implicam em baixa rentabilidade do negócio arroz, única das áreas de grandes alimentos que perdeu valor em plena pandemia; o avanço das tecnologias que geraram um aporte médio de duas a três toneladas por hectare de produtividade em zonas irrigadas; e a alternativa de cultivos mais rentáveis ou de menores custos.

Estes são os casos da soja e milho, inicialmente nas regiões de cerrado e, posteriormente, nas terras baixas do sul do país em sistemas de rotação, mediante avanços em tecnologias genéticas e estruturais.

Isso permitiu, por exemplo, que o complexo arrozeiro nacional tenha embarcado em uma fase de redução gradual da dimensão das lavouras, mas sem que isso tenha interferido, até agora, no abastecimento. O Brasil é autossuficiente.

Hoje, além de um estoque de passagem capaz de dar suporte ao consumo brasileiro por pelo menos 30 dias, ainda existe a importação anual de aproximadamente um milhão de toneladas de arroz desde os países do Mercosul. Com essa fartura, a cadeia produtiva verde-e-amarela tornou-se um dos grandes players mundiais do mercado de arroz, seja em casca, beneficiado ou quebrados.

Equilíbrio
As exportações têm sido determinantes e funcionam como uma válvula de escape capaz de equilibrar preços e a balança comercial, que tem sido superavitária.

Isso porque se importarmos o cereal do Mercosul, graças ao acordo de livre comércio com Argentina, Paraguai e Uruguai, que têm menores custos de produção e se tornaram muito competitivos, também exportamos para outros países e em volumes maiores do que compramos.

Esse tipo de ação é que garante o superávit, mas também o equilíbrio dos estoques e valores de mercado, além de reduzir a ociosidade das indústrias.

Player
Hoje, o Brasil exporta arroz para um número entre 80 e 100 países, neutralizando os ingressos do Mercosul sobre seus estoques – e preços – e ganhando um papel de destaque nesses mercados e no contexto global. Ainda assim, a renda nas lavouras é baixa e tem excluído produtores do sistema.

O grande problema é que, para exportar, ainda precisamos derrubar inúmeras barreiras fiscais, sanitárias e o protecionismo de um dos setores mais fechados do comércio mundial.

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