Abertura Oficial do Plantio do Arroz será norteada pelo aumento dos custos da produção

O atraso no cultivo do solo e a possibilidade de El Nino também preocupam setor orizícola.

A Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), promove no próximo dia 29 de agosto, a Abertura Oficial do Plantio do Arroz. O evento irá acontecer no Auditório da Farsul, nas dependências do Parque Assis Brasil, em Esteio.

A 11º edição do evento terá como tema central Custos de Produção: Eficiência e Economia, onde o setor julga ser o cenário de muita cautela. "A agricultura, de forma geral, vive um momento delicado. Os produtores brasileiros, independente da cultura, estão sentindo o aumento dos custos e ao mesmo tempo a estagnação ou queda dos preços dos produtos. Quase batendo o teto, fatalmente a produtividade não mais esconderá esse problema", pontua o presidente da Federarroz, Henrique Osório Dornelles.

O coordenador científico do CEPEA/ESALQ, professor Geraldo Barros, palestrante da parte econômica irá mostrar o desempenho do agronegócio brasileiro no contexto macroeconômico na última década e perspectivas futuras. "O agronegócio tem mantido uma base para o crescimento da economia brasileira, que, no entanto, esbarra na ineficiência da indústria e na falta de políticas macroeconômicas consistentes" ressalta o prof. Geraldo Barros que também fará abordagem sobre o mercado internacional. "Até quando podemos contar com a China? Como se preparar para uma redução do crescimento dos países emergentes? Como vencer o desafio de entrar nos países mais ricos?", argumenta o coord. do CEPEA/ESALQ.

Também farão parte deste painel o economista chefe do Sistema FARSUL, Antônio da Luz e o diretor da Connectere Agrogestão, Marcelo Lagemann. Outros subtemas também serão tratados durante o evento, como Mecanização: Operando e Economizando, tendo como palestrante o Engenheiro Agrônomo e professor da UFSM, José Fernando Schlosser, com as contribuições técnicas dos representantes das montadoras John Deere e Massey Ferguson.

A Aplicação Correta e Eficiente de Fertilizantes também será debatida com o engenheiro agrônomo do Irga, Rodrigo Schoenfeldt, juntamente com o ponto de vista da EMBRAPA Clima Temperado, representada pela pesquisadora Walkyria Bueno Scivittaro.

25ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz

O dia 29 de agosto, também será marcado pelo lançamento oficial da 25ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que irá acontecer de 5 a 7 de fevereiro de 2015, no município de Tapes (RS).
O momento também será notado pelo lançamento do programa Arroz Protegido, parceria firmada entre a Federarroz e a Tovese Corretora de Seguros, com o objetivo de proteger a lavoura contra sinistros como granizo, vendaval e replantio por excesso de chuvas.

Mudança de local

Diferente das edições anteriores, a abertura do plantio não será realizada em Tapes, cidade sede da Abertura da Colheita do Arroz de 2015. A nova gestão da entidade arrozeira está atendendo ao pedido de seus produtores definido durante a elaboração do planejamento estratégico para início da gestão 2013/2016.
O principal motivo da decisão foi a otimização da agenda dos produtores face a proximidade do período de plantio e a proximidade do maior evento agropecuário da América Latina. "Estamos trazendo informações técnicas e administrativas ao produtor. Ao mesmo tempo, mostrando nossa preocupação à sociedade quando da inflação por custos", ressalta Dornelles.

2 Comentários

  • Evento com temas de boa relevância, mas como observação pertinente de minha parte como produtor, outros assuntos ao meu ver importantes deveriam ser expostos, pois afetam diretamente a cadeia produtiva, industrial, varejista e consumidora do arroz.
    Explico: IMPORTAÇÕES, a falta de fiscalização fitossanitária nos portos brasileiros, tem-se conhecimento que o arroz importado dos países asiáticos é descascado no pais de origem e transportado a granel em porões imundos de navios, com ratos e todo o tipo de agentes contaminantes a infectar o produto, descarregados com caçambas de guindastes e carregados com carregadeiras nos caminhões rumo a indústria compradora.
    É fácil de imaginar o nível de contaminação deste alimento.
    Portanto, a população consumidora não merece saber o que está comprando ? não é hora do consumidor saber o que é um produto nacional de boa qualidade e o que é importado, contaminado e impregnado de substâncias nocivas a saúde ?
    Fiscalização fitossanitária e esclarecimento público do que é nacional e importado não merece ser ao menos ser abordado como tema em um evento como este na EXPOINTER ?Saúde pública não é relevante ?

  • Parabéns Sr. Carlos, esse é um tema de suma importância que deve ser discutido, ou pelo menos levantado por uma entidade de classe, as grandes importam um monte de porcaria por portos onde a vigilância sanitária cabe em seus bolsos, aqui no MA é um destes, e força uma baixa artificial. Ano passado a CDA importou um produto que não sei a origem, mas era tão fedido que os fardos começaram a voltar pra indústria, com as devoluções a empresa abriu venda do produto ensacado para pequenas indústrias do interior do Estado, que empacotavam em marcas regionais, queimou-se várias marcas. Várias denúncias já foram feitas, a CDA já teve inclusive suas operações suspensas por período pequeno. (em anos anteriores) mas tudo volta como antes. Isso não dá pra ser levantado por um ou alguns produtores isoladamente, porque as entidades de classe são exatamente pra isso. Defender a classe sem que haja um cristo pra pagar o pato no final. Como dizem por aqui: pros amigos a lei, pros inimigos os rigores da lei. Aqui estamos muito atrasados, não temos federação, associação e sindicato onde tem não funciona. O fato é que sem importações de qualidade duvidosa teríamos hoje, aqui, pelo menos R$ 0,80/kg.

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