Abiarroz pede garantias e estrutura para o transporte de alimentos

 Abiarroz pede garantias e estrutura para o transporte de alimentos

Profissional da saúde examina caminhoneiro

Entidade setorial enviou documento ao ministro dos Transportes solicitando intervenção do governo para assegurar o transporte do arroz. Falta de cargas de retorno encarecem e inviabilizam o fluxo do abastecimento do Brasil Central.

Carta Abiarroz nº 007/2020

Brasília, 25 de março de 2020.

Excelentíssimo Senhor
Tarcísio Freitas
Ministro de Estado da Infraestrutura
Assunto: Pleitos do setor industrial orizícola para a garantia do transporte rodoviário de cargas em meio à pandemia do novo coronavirus

Senhor Ministro,

A Associação Brasileira da Indústria do Arroz – Abiarroz, representa nacionalmente as indústrias e cooperativas de beneficiamento de arroz. A despeito da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19), a indústria do arroz está envidando todos os esforços para a manutenção regular do suprimento de arroz.

Não obstante o compromisso do setor industrial orizícola com o abastecimento da população brasileira, nossos associados têm reportado dificuldade logística que pode comprometer o fluxo de suprimento de arroz no curto prazo. Dentre as questões mais prementes e que demandam rápida solução, destacamos:

1) Uniformização de medidas no âmbito das esferas federal, estadual e municipal visando ao suporte necessário para os caminhoneiros nas rodovias

A Associação tem recebido diversos relatos das indústrias referentes à falta de condições mínimas de apoio aos caminhoneiros nas estradas. Esta situação, decorrente de legislações conflitantes dos Estados e Municípios, tem levado à baixa disponibilidade de transporte de cargas, com comprometimento do fluxo de mercadoria do local de produção para os centros consumidores.

O segmento industrial orizícola está ciente do esforço do governo federal junto aos governos estaduais para alinhamento das medidas de apoio aos caminhoneiros, na área de segurança, alimentação, manutenção dos veículos e higienização para prevenção de contágio. Não obstante, o setor registra sua apreensão diante da possibilidade concreta de redução da capacidade de escoamento da safra de arroz brasileira – que recém iniciou, com efeito direto no abastecimento. Desta forma, solicita-se a intensificação das gestões com as demais esferas de
governo, visando à manutenção dos serviços de apoio ao caminhoneiro das rodovias federal, estadual e municipal.

2) Liberação do pagamento de pedágio para caminhão vazio O fluxo do transporte de cargas da região central do país para a região Sul decresceu de forma vertiginosa em razão da restrição e menor demanda de transporte proveniente dos países do Mercosul. Com isso, não há estímulo para que os caminhoneiros façam o transporte de cargas da região Sul para os centros consumidores, haja vista a escassez de demanda para retorno, o que tem refletido na redução da oferta de transporte.

Os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina são responsáveis por 80% da produção de arroz no Brasil. Qualquer interrupção no transporte de cargas da região Sul para o restante do país, comprometerá o abastecimento de arroz, bem como de outros produtos também provenientes desta região. 

Como medida para estimular o fluxo de transporte de cargas no eixo Sul-Norte, pleiteamos seja liberado o pagamento de pedágio no transporte com caminhão vazio, pelo período de 30 dias, podendo ser prorrogado caso necessário, de forma a facilitar o retorno e estimular a oferta de transporte.

3) Ações para a preservação da saúde e integridade dos caminhoneiros

Tendo em vista reduzir a incidência de transmissão comunitária do novo coronavirus e, assim, preservar a saúde dos caminhoneiros, propomos seja incluída dentre as medidas de apoio aos caminhoneiros, o estímulo à instalação de chips eletrônicos para pagamento de pedágio (sistema “Sem Parar”), de forma a eliminar o contato dos transportadores com agentes nas cabines de cobrança.

As medidas acima solicitadas visam a assegurar, minimamente, a manutenção de atividades essenciais dependentes do transporte rodoviário de cargas. Espera-se, com isso, garantir a circulação de alimentos no país e o abastecimento regular da população brasileira.

Certos da especial atenção de Vossa Excelência quanto ao exposto, antecipamos agradecimentos.

Respeitosamente,

Abiarroz

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