Ação Global

O urgentário do mundo contra a fome busca uma orizicultura sustentável
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Iniciativas globais visando a promoção do desenvolvimento da agricultura sustentável têm sido estabelecidas ao longo dos anos por muitos dos países que dão suporte à iniciativa da FAO. Essas iniciativas incluem as recomendações da Conferência do Rio, incluídas no capítulo da Agenda 21 sobre agricultura sustentável e desenvolvimento rural; a Declaração sobre Segurança Alimentar Mundial e o Plano Superior de Ação sobre a Alimentação Mundial, a Declaração do Milênio em 2000, a recente Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável e a Conferência sobre a Fome no Mundo, realizada cinco anos depois, na qual os governos reafirmaram suas metas para erradicar a fome no mundo.

Para o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, o ano de 2004 – Ano Internacional do Arroz – é uma oportunidade poderosa para implementar essas iniciativas pela comunidade global. Segundo ele, está na hora de pôr em prática estes acordos e fomentar a busca por uma orizicultura sustentável sob o ponto de vista social e ambiental. "Talvez este seja o grande desafio para a agricultura mundial em 2004", frisa.

A estratégia da FAO para o Ano Internacional do Arroz é simples, embora ambiciosa. Ao se promover a criação de comitês nacionais para o desenvolvimento do arroz, o "ano" atuará como um catalisador para os programas de cada país em andamento através do mundo. O alvo é engajar a comunidade inteira envolvida, desde os agricultores até as instituições científicas que mapearam o genoma do arroz, na missão de aumentar a produção de arroz de tal maneira que promova a sustentabilidade e a eqüidade.

Muitos países, inclusive o Brasil, formaram comitês para o Ano Internacional do Arroz e eles servirão como elo dinâmico entre a visão internacional da FAO e as realidades práticas da vida dos povos locais. "Na Organização das Nações Unidas Para a Alimentação e Agricultura nos focaremos nas lições da Campanha Tele-alimentos, cujos objetivos estão muito próximos das metas do Ano Internacional do Arroz em termos de conscientizar para o incremento da segurança alimentar", explicou o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf.

Os programas especiais para segurança alimentar desta organização, em andamento em muitos dos países de baixa renda e de déficit alimentar, complementarão e fortalecerão a campanha do Ano Internacional do Arroz.

"Assim como o ecossistema orizícola conta com inúmeros componentes individuais, também o Ano Internacional do Arroz nasceu devido aos esforços cuidadosos de muitas mulheres e homens. Eu agradeço a todos aqueles que vêm contribuindo com tanto de seu tempo, energia e pensamentos para fazer do Ano Internacional do Arroz uma realidade", acrescentou o diretor Diouf.

 

NO PRATO

O arroz na cultura mundial

• O consumo do arroz dá forma a uma parte importante das tradições culinárias de muitas culturas diferentes em todo o mundo. Cada uma com suas preferências sobre textura, sabor, cor e viscosidade. O cereal é o alimento básico para 17 países da Ásia e do Pacífico, oito da África, sete na América Latina e no Caribe e um no Oriente Médio (Egito). Reunidos estes países, o arroz ganha dimensões gigantescas, pois fornece 27% da dieta calórica do mundo e 20% da proteína.

• Entretanto, enquanto o arroz fornece uma quantidade substancial da dieta calórica, ainda é considerado pobre em aminoácidos e contém quantidades limitadas de micronutrientes essenciais. Segundo dados da FAO, hoje dois milhões de pessoas em todo o mundo são carentes de micronutrientes importantes para a alimentação e saúde humana. E a desnutrição traz um ônus social gigantesco por reduzir a produtividade do adulto, as habilidades das crianças e pode conduzi-los à morte prematura.

• O foco no melhoramento das qualidades nutritivas do arroz é essencial nas ações do Ano Internacional do Arroz e ao seu tema central: "O arroz é vida". Embora carente de uma melhor avaliação das propriedades nutritivas das diferentes variedades do cereal, há uma evidência considerável. Nem todas têm o mesmo valor nutricional. Melhor utilizadas, estas cultivares de maior valor nutritivo poderiam contribuir para reduzir a desnutrição, principalmente em países pobres e em desenvolvimento.

• Geralmente, devido à tradição e à preferência do consumidor, o arroz é beneficiado em um processo que perde nutrientes importantes, inclusive proteína. O relatório da FAO sobre o tema destaca que em alguns países o uso de arroz parboilizado preserva nutrientes. Técnicas de fortificação também podem ser usadas, adicionando vitaminas e minerais essenciais ao grão. Infelizmente, esta prática não é difundida em muitos países devido à limitada infra-estrutura de processamento, ausência de marketing para alimentos fortificados ou por razões culturais.

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