Ainda se recuperando das inundações, gaúchos vão plantar 5,3% mais arroz

 Ainda se recuperando das inundações, gaúchos vão plantar 5,3% mais arroz

(Por Planeta Arroz) Responsáveis por quase 70% da produção brasileira de arroz, os agricultores gaúchos irão ampliar a área semeada em 5,3%, para 948.356 hectares, na safra 2024/25. A projeção é do Instituto Rio Grandense do Arroz, o Irga, que apresentou na última segunda-feira (26), na 47ª Expointer, o seu estudo de projeção para a safra de verão, que deve iniciar o cultivo em menos de um mês. Conforme o levantamento, a próxima temporada deve agregar 48.153 hectares a mais, com destaque para as regiões arrozeiras da Planície Costeira Interna, com aumento de 8,2% (+10.907 ha) e Zona Sul, com elevação de 7,5% (+11.668 ha).

A Planície Costeira Externa será a única a registrar redução de área, mas apenas 0,6% menor (-600 ha) em relação à safra anterior.

A Campanha terá 785 hectares a mais (+0,6%) em relação ao ano passado. Já na Fronteira Oeste serão 17.640 hectares a mais (+6,7%) e a Central, que teve cerca de 60% de suas áreas atingidas pelas enchentes históricas de abril/maio, ampliará  em 7.753 hectares, somando 6,5% de superfície semeada.

 

SOJA EM TERRAS BAIXAS

Além dos cortes (áreas que são cultivadas em safras diferentes e ficam em pousio ou destinadas à pecuária e outros cultivos), haverá avanço do arroz sobre a área de soja que vinha crescendo nas terras baixas. O Irga aponta que serão destinados 403.941 hectares à oleaginosa, o que representará a redução de 4,3% (ou menos 18.269 hectares) em comparação com o espaço semeado na safra passada.Em 2023/24 a área com soja já havia registrado queda, principalmente nas zonas mais baixas, por conta da previsão de chuvas acima da média. Boa parte da safra sojeira foi perdida no RS por chuvas que em algumas regiões superaram 1.000mm. O grão apodreceu na vagem ou rebrotou.

As duas únicas regionais a registrarem crescimento serão a Central, com aumento de 110% (+25.714 ha) e a Campanha, com 16,7% (+14.681 hectares).

A maior redução ocorrerá na Fronteira Oeste, que aponta para menos 40,5% (-20.278 ha). Esta região irá apostar mais no arroz, uma vez que tem as barragens recarregadas pelo inverno chuvoso e uma expectativa de bons volumes de chuva até o final da primavera.

Na safra 2022/23, o Rio Grande do Sul bateu o recorde de sua área semeada com soja em terras de arroz, quando superou 505 mil hectares. O cultivo da oleaginosa foi importante, nos últimos 10 anos, para ajudar a recuperar a capitalização dos produtores, como solução para invasoras e ciclos de pragas e doenças. Também para a ciclagem de nutrientes e condições químicas e físicas do solo.

Apesar das perdas pelo alto volume de chuvas da última colheita, os arrozeiros são unânimes em dizer que a situação em diversas lavouras só não foi pior ainda porque a chegada da soja nas terras baixas foi fundamental para o redimensionamento dos canais e dos sistemas de drenagem, em especial a macrodrenagem.

Levantamento realizado por consultorias e centros de pesquisas demonstram que mesmo em sistema pingue-pongue (arroz-soja-arroz) a produtividade da lavoura arrozeira na volta da cultura em rotação pode ter um ganho de até 2,5 toneladas por hectare se bem conduzida e com clima favorável. Mas, muitos agricultores ainda estão aprendendo o manejo e também registraram perdas ao longo da última década.

SAFRA 2023/2024

O Irga também deu números finais à safra gaúcha de arroz 2023/24. Foram 900.203 hectares semeados no Estado, com uma produção total de 7.198.527 toneladas. A produtividade média no Estado atingiu 8.387 quilos por hectares. E a área perdida ficou em 46.991 hectares (5,22% da área total). O levantamento é coordenado pelo Departamento Técnico do Irga (Dater), a partir de informações apuradas pelos núcleos da autarquia no interior do Estado junto aos orizicultores.

 

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