Ajuste fino

 Ajuste fino

Produção da Ásia, que concentra 90% da produção e 88% do consumo global, vai cair

Produção recua e afeta os estoques, o comércio e os preços mundiais

A produção mundial de arroz deve cair 2,4% em 2022, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), de 791 para 772 milhões de toneladas (Mt) de arroz em base casca, ou 19 milhões de t. Essa é praticamente a soma da produção anual do Mercosul e dos Estados Unidos. Em base beneficiado, a estimativa é da queda de 12,7 milhões, de 525,2 para 512,5 milhões de toneladas colhidas.

Estimativas, em novembro, apontam que a colheita mundial de arroz em 2021 aumentou em 1,4% para 791 Mt, de 780,3 milhões em 2020.

Segundo o boletim InterArroz, do economista Patrício Méndez del Villar, do Cirad, da França, em 2022, haveria o maior declínio anual em 20 anos devido às más condições de clima no sul da Ásia, em especial na Índia, onde a safra principal cairia 4,5%. Na China, -1,3%.

Em contraste, as safras de Tailândia e Vietnã permaneceram estáveis. Nos EUA, a colheita caiu 14% em 2022 por nova redução nas áreas. No Mercosul, estima-se que o volume diminuiu 8% em 2022.

Na África subsaariana, os resultados foram de novo perturbados pela falta de insumos e inundações, em particular na África Ocidental.

Comércio Mundial
Em 2021, o comércio mundial do arroz aumentou significativamente em 13%, para 51,6 Mt contra 45,7 Mt em 2020. Esse é o maior aumento desde 2017. As necessidades de importação aumentaram 10% no sul da Ásia, com o retorno de Bangladesh às compras.

Na China, as aquisições cresceram 42%, enquanto na África subsaariana houve mais importações, com destaque à Nigéria, que reabriu suas fronteiras terrestres ao fim de 2020.

Em 2021, a Índia atingiu novo recorde de exportação, com 21,4 Mt, 48% acima de seu recorde anterior, em 2020, e respondeu por 42% dos negócios globais. Tailândia terminou em terceiro, atrás do Vietnã, mesmo com mais remessas no semestre final de 2021.

Em 2022, é previsto aumento nas transações globais em 4,2%, para 53,8 Mt. Ainda é menos importante que o esperado devido às medidas restritivas às exportações indianas desde setembro.

A Índia manterá a liderança mundial com a previsão de 20 Mt em 2022, e a Tailândia poderá recuperar o segundo lugar, com 8 Mt, contra 6,9 milhões de toneladas do Vietnã.

Estoques entram em declínio após 10 anos

Os estoques mundiais de arroz, ao fim de 2021, cresceram 3,4%, para 193,6 milhões de toneladas, contra 187,2 Mt em 2020. Representam 38% das necessidades, acima da média de cinco anos. Deve-se, em parte, ao maior armazenamento indiano por boas safras em 2021. As reservas chinesas caíram 0,5% e voltarão a cair em 2022. Equivalem a 70% da demanda anual e 50% do estoque global.

Nos grandes países exportadores, as existências subiram 5% em 2021, até 55 Mt, ou 30% dos estoques mundiais. Em 2022, espera-se que subam 1,7%, a 196,9 Mt, mas devem cair 1,8% com a queda produtiva em 2022/23. Será a primeira queda em 10 anos.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter