Ajuste nas contas

“Interessa é que o Brasil passe a produzir um volume muito parecido com sua demanda e assegure renda ao produtor ao final das operações, sem que isso seja impeditivo de acesso ao alimento básico do país”..

 Os rizicultores brasileiros, principalmente do Sul do Brasil, que representam mais de 70% da área plantada e 80% da produção, estão demonstrando que gradativamente têm apreendido com as safras frustradas. Nas últimas temporadas é registrada uma queda paulatina em área e estimativa de colheita. O Rio Grande do Sul, que já plantou perto de 1, 2 milhões de hectares, voltou-se para plantar pouco mais de 950 mil. Outros 320 foram direcionados à produção de soja em terras baixas, rotação muito recomendada para recuperação do solo e quebra de ciclos de pragas, doenças e invasoras.

Sem o mesmo poderio em termos de área e até por falta de solos apropriados para entrar com soja, Santa Catarina vem diminuindo a superfície plantada por conta do avanço das zonas urbanas para as periferias das cidades. No Norte e no Nordeste, há uma redução significativa nas áreas de sequeiro, que já corresponderam a um milhão de hectares e hoje não chegam a 350 mil.

O que interessa, de verdade, é que estas reduções ocorridas por falta de renda, mercados e excesso de estoques estão levando o Brasil a produzir um volume muito parecido com a sua demanda – consumo – interna. E que isso assegure renda ao produtor ao final das operações, sem que isso seja impeditivo de acesso ao alimento básico do país. Ao mesmo tempo, as exportações são praticamente compensadas pelas importações.

Se o ano confirmar essa tendência de preços ao produtor que compensem o investimento, teremos encontrado o ponto de equilíbrio. O negócio é plantar perto de 950 mil hectares, torcer para o dólar se manter acima ou próximo dos R$ 4,00 para podermos exportar, que o Mercosul siga marcando passo e fazer um esforço para elevar o consumo no Brasil.

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