ALIMENTOS BIOFORTIFICADOS

 ALIMENTOS BIOFORTIFICADOS

Autoria: Carlos Adilio Maia do Nascimento
Médico, consultor do Irga e presidente do IBPS .

Racionalizar a produção de alimentos é tarefa transcendental que está em curso nos principais centros de pesquisa biotecnológica. A agricultura precisa alimentar uma população que deverá chegar a nove bilhões de seres no ano de 2030. Além desta gigantesca tarefa deverá também produzir combustíveis e matérias-primas industriais renováveis. Algodão, linho, lã, seda têm demanda crescente no mercado, em substituição às fibras petroquímicas que tiveram primazia por mais de meio século. 

Diversidade biológica agrícola, conservação das espécies vegetais nutritivas, bem como controle biológico das invasoras, estão presentes nos mais avançados projetos de pesquisa. A tendência da agricultura moderna é usar poucas variedades de plantas, concentrando-se naquelas mais produtivas e que apresentem grande potencial genético de linhagens, possibilitando o aproveitamento de caracteres desejáveis de resistência a pragas e doenças, variações climáticas e carências de solos. 

Meta importante é o enri-quecimento dos alimentos mais consumidos pela humanidade com substâncias que previnam doenças, transformando-os em alimentos biofortificados ou funcionais. 

Dentre estas plantas desejadas como dieta racional o arroz apresenta-se como uma dádiva da natureza. Cultivado há seis mil anos, alimenta mais da metade da humanidade. Estima-se em cerca de 120.000 o número de cultivares de arroz existentes. Certamente este tesouro de biodiversidade guarda genes res-ponsáveis por qualquer característica que se deseje incorporar nesta dadivosa planta. 

A diversidade de ambientes onde o arroz é cultivado não tem paralelo no reino vegetal. A dispersão natural e a seleção praticada pelo homem estenderam seu plantio desde as margens do Rio Amur, latitude 50 N, até as várzeas da Argentina, latitude 40 S. Encontram-se lavouras nos climas frios das montanhas da Índia e nos ardentes desertos do Paquistão, Irã e Egito. 

Arrozes flutuantes prosperam em águas de três metros de profundidade. Comporta-se bem em solos salinos, alcalinos e sulfoácidos. Sua produtividade atinge 15 toneladas por hectare e seus grãos oferecem variedades de forma, cor e qualidades organolépticas, capazes de satisfazer os mais diferentes hábitos alimentares. 

O arroz vem sendo enriquecido com vitaminas, ferro e proteínas, tornando-se alimento de excelência e com propriedades medicinais. 

Precisamos valorizar nosso produto e apoiar substancialmente a pesquisa agrícola que com ele trabalha. 

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