Apesar da queda, arroz com feijão continua caro

O custo do arroz caiu 1,59%, entretanto, acumula alta de 35,31% no ano e de 42,05% nos últimos 12 meses.

Mesmo com a inflação mais baixa em agosto, o consumidor ainda não consegue sentir menos a alta dos preços. A afirmação é da coordenadora de índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos. Segundo Eulina, o custo do arroz com feijão ainda é elevado se considerar a inflação acumulada no ano.

– Os alimentos vieram bem mais baixos, o que foi determinante para a desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – disse.

Em agosto, a inflação oficial brasileira subiu 0,28%, taxa 0,25 ponto percentual menor que a registrado em julho.

Apesar de em agosto o feijão ter registrado deflação de 1,96%, no ano a inflação acumulada está em 63%, e em 12 meses passa de 137%. Já o custo do arroz caiu 1,59%, entretanto, acumula alta de 35,31% no ano e de 42,05% nos últimos 12 meses.

– Na prática os preços continuam em alta. Do bolso do consumidor continua saindo mais dinheiro – destaca a economista, lembrando que o grupo Alimentação e Bebidas (1,05% para -0,18%) responde por 23% do IPCA.

Ela acredita que essa queda dos alimentos foi puxada principalmente pelo recuo dos preços no mercado internacional.

– Mesmo com uma safra recorde, os preços estavam subindo no Brasil por conta da alta no exterior, influenciadas por especulações, quebra de safra e falta de alimentos em outros países. No entanto, ainda é cedo para garantir que essa trégua vai se perpetuar.

Também contribuíram para a desaceleração, as despesas com Transportes (de 0,46% para 0,06%), que representam 20% do IPCA. De acordo com Eulina, a queda do preço da gasolina e álcool e o fim de pressões por conta do aumento do ônibus interestaduais ajudaram a conter a variação positiva desse grupo.

A coordenadora do IBGE avalia que se não fosse o reajuste da conta energia, água e telefonia em várias regiões, o índice de não alimentícios poderia ter sido menor.

– O IPCA captou reajuste dos preços administrados, o que conteve a queda em agosto – analisa Eulina.

Para a economista, embora o IPCA de agosto seja muito positivo se considerada a inflação acumulada (4,48%, no ano, e 6,17% em 12 meses), para o consumidor o resultado é insignificante.

– É muito positivo a inflação neste patamar, mas para o consumidor isso significa muito pouco. Os preços continuam em alta e pesando muito no bolso – finaliza.

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