Área menor e recorde de exportações vão influenciar mercado do arroz em 2022
(Por Nereida Vergara/Correio do Povo) Com custo de produção majorado em mais de 60% nos últimos dois anos (em razão da pandemia e, mais recentemente, do conflito no Leste Europeu, fornecedor de adubos), o produtor de arroz gaúcho confirmou a tendência de diversificação de suas áreas em 2022, apostando em cultivos de maior rentabilidade, como o milho, a soja e a integração com a pecuária.
Na apresentação do balanço anual da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), o presidente da entidade, Alexandre Velho, projetou que a área plantada com o alimento no Estado na safra 2022/2023 deve ficar em torno dos 850 mil hectares, ainda menor que a estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 862 mil hectares.
“O arrozeiro tem este desafio de enfrentar alto custo de produção e a maneira que temos hoje é a rotação de culturas. Ela aumenta a fertilidade do solo, a produtividade e a rentabilidade”, destaca Velho. A menor oferta de arroz, que pode impactar nos preços ao consumidor, não chega a trazer preocupação quanto a um eventual desabastecimento. “Parte da área que diminuiu compensa pelo aumento da produtividade. Não vejo risco de desabastecimento, mas ajuste na oferta e demanda por conta do preço mais elevado, contudo a qualidade do produto importado é inferior ao nacional,” ressalta.
O dirigente lembra que a regulação do preço não cabe ao produtor, sendo influenciada por taxa de câmbio, mercado e paridades do Mercosul. Alexandre Velho prevê, ainda, que as exportações brasileiras de arroz ultrapassem a previsão que o setor tinha para este ano, de 1,4 milhão de toneladas. “É possível que as exportações fechem o ano agrícola registrando entre 1,8 milhão e 2 milhões de toneladas de produto exportado”, completa.