Arrancada decisiva

 Arrancada decisiva

Pereira: mercado a favor

Colheita gaúcha
começa em clima
otimista e previsão
de preços melhores .

A nova safra de arroz do Rio Grande do Sul começou a ser colhida em fevereiro e apresenta características bem distintas em relação à anterior. Nenhum aumento muito significativo em termos de área, produção e produtividade, que se mantêm praticamente os mesmos de 2011/12. A diferença é que desta vez as mesmas variáveis que pressionavam negativamente o mercado agora trabalham em seu favor. Na avaliação do presidente do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), Cláudio Brayer Pereira, a atual safra se caracteriza pelo equilíbrio produtivo e a estabilidade dos preços, um cenário que, segundo ele, será favorecido por estoques menores e a conjuntura internacional, sobretudo em relação ao aumento das importações da China. “Acredito que este ano teremos preços melhores já na largada, em comparação ao início da colheita em fevereiro de 2012”, estima.

O dirigente prevê que o preço da saca de 50 quilos do cereal deverá ficar na faixa dos R$ 30,00, podendo inclusive ser maior, quando começar a colheita da safra gaúcha em fevereiro. “No ano passado, neste mesmo período, o arroz foi comercializado a R$ 24,00, ou seja, abaixo do preço mínimo estabelecido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de R$ 25,80 por saca. E ao longo do ano, mesmo com a intervenção do governo e o aumento dos preços, o excesso de compromissos fez o arrozeiro comercializar o arroz ainda no primeiro semestre, portanto poucos venderam a R$ 30,00”, compara.

Pereira observa que as exportações em 2013 podem não ser tão grandes em razão dos preços remuneradores no mercado interno. “A previsão é de que deveremos exportar em torno de 1,4 milhão de toneladas e importar um milhão, com um superávit de 500 mil toneladas. Neste momento a prioridade é atender os mercados compradores já consolidados e os novos, que conquistamos em 2012”, explica.

MOMENTO
Para o presidente do Irga, o momento é favorável para que o setor produtivo faça os ajustes necessários à manutenção econômica da atividade. “O produtor está mais consciente e mais atento às questões de mercado, ajustando sua produção. Mas precisamos continuar trabalhando para garantir a estabilidade da comercialização e sobretudo para garantir condições de renda para o produtor. E o primeiro passo nesse sentido é a renegociação das dívidas”, enfatiza Pereira.

QUESTÃO BÁSICA
O cultivo da soja em áreas de várzea, na análise de Cláudio Brayer Pereira, presidente do Irga, foi uma das alternativas que o setor produtivo e as instituições de pesquisa encontraram para superar a crise enfrentada nos últimos anos. “Confirmamos nesta safra a área plantada com a oleaginosa, prevista inicialmente em 250 mil hectares, o que corresponde a 25% da área total de arroz no estado. De um modo geral as lavouras estão muito boas, apesar de alguns problemas pontuais registrados na fronteira-oeste. O cultivo do milho em várzea, com ou sem microcamalhão, também é outra forma de rotação com o arroz, que gera uma receita alternativa e ao mesmo tempo controle do arroz vermelho, conforme já podemos observar em lavouras em Santa Vitória do Palmar, Cachoeira do Sul e Cachoeirinha, na Estação Experimental do Irga”, cita o dirigente.

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