Arroz Boas perspectivas de mercado
Artigo do Eng. Agrônomo Donato Lucietti, da Epagri de Nova Veneza (SC), aborda o momento e as perspectivas de mercado do cereal.
Pela primeira vez na história as exportações brasileiras de arroz superaram as importações. Até o final do ano o Brasil deve fechar cerca de 700 mil toneladas exportadas, o que coloca o país entre os dez maiores exportadores do produto.
Por mais de quinze anos o Brasil importou uma média de um milhão de toneladas anuais.
Este ano tem sido favorável ao comércio exterior de arroz, basicamente por duas razões: A crise internacional de alimentos e a transformação do arroz brasileiro em Commodities.
Historicamente o Uruguai e a Argentina eram os fornecedores de arroz para o Brasil. Como o mercado internacional foi aquecido, estes países preferiram colocar o arroz em outros países por melhores preços. Isso também refletiu positivamente para os produtores brasileiros, pois com menor oferta interna do produto os preços se mantiveram em alta durante o ano possibilitando maiores ganhos em relação ás safras anteriores. A preocupação dos produtores concentra-se na nova safra, principalmente com o aumento significativo dos custos de produção.
Normalmente o mercado brasileiro restringia-se a alguns países africanos. Neste ano o Brasil ampliou o mercado e exportou também para alguns países árabes. O Brasil deixou de exportar somente arroz quebrado e passou a exportar arroz parboilizado, podendo transformar-se num sólido exportador deste tipo de arroz, pois normalmente outros países trabalham com arroz branco.
Com a melhoria no aspecto comercial, os exportadores sentiram as dificuldades da infraestrutura portuária e logística. Não basta aumentar a produção e o mercado. É necessário investimentos estruturais para que os produtores possam ter segurança de comercialização externa e melhorar suas receitas através de melhores preços.
Engº Agrº Donato Lucietti
Epagri Nova Veneza (SC)