Arroz de coxilha

Usando variedades do Centro-oeste, produtores mudam a paisagem do Rio Grande

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Atraídos pela garantia de economia de água e energia elétrica e uma produtividade similar a do arroz irrigado, cada vez mais produtores do Rio Grande do Sul estão adotando o plantio do arroz de terras altas desenvolvido pela Embrapa Arroz e Feijão, de Goiás, para a região do centro-oeste brasileiro. O clima ajudou nos últimos três anos, fator que ajudou a expansão do arroz de terras altas e mudou a paisagem de muitas coxilhas de áreas arrozeiras em terras gaúchas. Até um novo nome o produto ganhou: arroz de coxilha.

Um dos produtores que optou pela diversificação e tem obtido bons resultados é Paulo Dickow, da localidade de Passo do Seringa, em Cachoeira do Sul. Dickow está plantando arroz na coxilha e usa as mesmas variedades, em sistema de irrigação, na várzea. "Estou experimentando para ver o resultado que dá. Dependendo de como se comportar perante o clima e o solo, eu já terei uma base das condições que poderei usá-lo", afirma o produtor. Dickow utiliza o arroz de coxilha em rotação com milho, soja e pastagem. "A economia é fundamental. Na safra 1999/2000 economizei 50% de água e energia em comparação com a várzea. Na 2000/2001 a economia foi de mais de 80%. Dei apenas um banho em 80% da área em todo o ciclo", revelou.

Nesta última safra, Dickow colheu 6,6 mil quilos por hectare na coxilha. Na várzea, em sistema irrigado, o resultado da variedade Primavera foi melhor ainda, batendo na média de 6,89 mil quilos por hectare. A única variedade que não sofreu danos com a brusone foi a Primavera. "Pro ano vou aumentar a área desta variedade tanto na coxilha quanto na várzea", avisou.

 

INDISEQUEIRO

• 15,2 mil hectares é o que o IBGE diz que o RS planta por ano 

• 0,3 hectare é a média do tamanho das lavouras do arroz de sequeiro no RS 

• 50 mil famílias trabalham com arroz de sequeiro para subsistência 

• 3 setores são prioritários para a pesquisa: minifúndios, assentamentos e reservas indígenas 

• 5 mil quilos é o potencial de produtividade das variedades de sequeiro 

• 4,5 mil quilos por hectare é o que está sendo obtido de produtividade nos experimentos 

• 2.734 é a média de quilos obtidos na produtividade média do arroz de terras altas no Mato Grosso

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