Arroz do Brasil
País bate recordes de exportação, mas ainda não é autossufciente .
O Brasil ultrapassou em agosto 85% de sua meta de 600 mil toneladas de arroz (base casca) exportadas no ano agrícola 2009/10. Até 10 de agosto o país já havia exportado 505 mil toneladas de arroz. A estimativa é de que até o final do mês de agosto o país alcance mais de 550 mil toneladas. Até julho o país havia embarcado 487 mil toneladas de arroz para o exterior, principalmente para a África e Europa, com crescimento de 76% em volume para igual período do ano passado e 44% em receita. Em julho foram 153,9 mil toneladas, um recorde que representou 100% de aumento sobre junho.
Do total exportado em julho, 74,4 mil toneladas foram de arroz parboi l izado, o que representa significativa agregação de valor ao produto exportado pelo Brasil nos últimos anos. Até julho 55% do arroz exportado era parboilizado, padrão que representa 85% do arroz embarcado pelo Brasil ao mercado internacional. Até 2007 predominavam os quebrados de arroz para a África nas vendas externas brasileiras.
A meta da cadeia produtiva gaúcha é exportar 10% de sua produção, que chegou a 7,9 milhões de toneladas. Portanto, ainda faltariam 290 mil toneladas para exportar até fevereiro de 2010. Mesmo com a quebra de safra prevista para a Índia e sua retirada estratégica do mercado mundial, o setor é cauteloso e não arrisca afirmar que repetirá a exportação recorde de 790 mil toneladas do ciclo passado. Isso em razão do câmbio, com o real valorizado perante o dólar.
O terminal da Cesa que começou a operar no Porto de Rio Grande em junho é considerado de fundamental importância para estes resultados. “Hoje o arroz do Brasil conquistou mercados importantes e tem referência de qualidade”, afirma Renato Rocha, presidente da Federarroz. No pelotão intermediár io dos vendedores internacionais, o Brasil, que foi o 8º no ranking em 2008, disputa mercados com o Uruguai, a Argentina, Egito, Mianmar e Camboja para consolidar sua posição, atrás de Tailândia, Vietnã, Índia, Paquistão e Estados Unidos. Seus principais clientes são africanos, com Nigéria, África do Sul e Senegal na dianteira. No total, a África responde por 65% dos carregamentos de arroz brasileiro. A União europeia compra 18% das cargas.
Fique de olho
As importações brasileiras em julho corresponderam a 72,3 mil toneladas. No ano agrícola, segundo a Federarroz, acumulam 347 mil toneladas. Considerando o mesmo período do ano passado, o saldo entre exportações e importações é superavitário em 140 mil toneladas, contrariando as previsões da Conab, que indicam déficit de 200 mil toneladas em 2009. Mas ainda há muita água para rolar até fevereiro, quando o balanço final será fechado.