Arroz do futuro recebe reforço financeiro

 Arroz do futuro recebe  reforço financeiro

Irri: campo de teste de genótipos de arroz para o projeto C4

Irri investe mais
US$ 14 milhões para quebrar barreira de rendimento da planta e criar cereal do futuro.

É consagrado entre os pesquisadores internacionais que o arroz tem uma barreira de rendimento devido à natureza do processo de fotossíntese de suas plantas. Um dos grandes desafios do Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz (Irri, na sigla em inglês) é, juntamente com seus parceiros, avançar no projeto que busca desenvolver um mecanismo de fotossíntese mais eficiente (C4), em variedades do cereal com o objetivo de aumentar seu potencial produtivo. Um forte impulso foi consolidado neste sentido com o aporte de 14 milhões de dólares (US$) pela Fundação Bill & Melinda Gates, o Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (DFID, na sigla original) e o Irri, para financiar a segunda fase do projeto de arroz C4 pelos próximos três anos.

O projeto de desenvolvimento de uma via fotossintética (C4) mais eficiente em arroz foi executado com sucesso em sua primeira etapa de pesquisas, mostrando um potencial para produzir 50% mais grãos com menor consumo de água e nutrientes, o que contribui para a segurança alimentar no futuro, principalmente em países de baixo aporte tecnológico da Ásia e África. Essa pesquisa é de longo prazo, mas de grande relevância. “Estamos tentando ‘turbinar’ o arroz C4 para melhor converter a luz solar em grão, otimizando a produtividade e reduzindo o consumo de água e nutrientes. Afinal, o sol é um insumo que a planta tem de graça”, argumenta o pesquisador William Paul Quick, do Irri.

O subsecretário de Estado britânico para o Desenvolvimento Internacional, Lynne Featherstone, afirmou que este é o tipo de pesquisa científica inovadora que o seu país se propõe a incentivar:
“Este novo financiamento permitirá ao instituto começar a produzir protótipos do ‘superarroz’ para testes. Este poderia ser um avanço importante na alimentação de um número sempre crescente de bocas famintas nos países mais pobres do mundo”, acrescenta.

FIQUE DE OLHO
A pesquisa do arroz C4, também chamado ”superarroz” pelos pesquisadores, está entrando em sua segunda fase e espera desenvolver um novo tipo de plantas com capacidade de fotossíntese melhorada (conhecida como C4). Há classes de plantas conhecidas como C3 e C4 – referindo-se ao modo como elas convertem a energia da luz em açúcar ou fotossíntese. O arroz tem uma via fotossintética C3, com eficácia na conversão de grãos. Enquanto isso, na via C4, os recursos são processados de forma mais eficiente e convertidos em maior produção de grãos. O projeto reúne 17 centros de pesquisa de todo o mundo. Os pesquisadores já identificaram os genes cruciais para essa evolução nas plantas e testaram com sucesso 10 dos 13 genes necessários. “Estamos entusiasmados por trabalhar com a elite mundial em pesquisa de fotossíntese para descobrir os segredos genéticos e compreender os processos bioquímicos para elevar o arroz à condição de uma nova fronteira de produção”, disse o pesquisador William Paul Quick. O Brasil não é membro deste consórcio

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